"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

JUIZ MORO DÁ ESPERANÇAS A QUEM NÃO ACREDITAVA MAIS NO BRASIL



O Brasil estava precisando de um juiz com Sérgio Moro. No meio dessa podridão que atinge os três poderes da República, que decididamente não atendem aos interesses nacionais, mas exclusivamente aos interesses de seus dirigentes, o surgimento de um magistrado de tamanha envergadura precisa ser saudado como um dos fatos mais importantes das últimas décadas.
Aos 43 anos, casado, dois filhos, o magistrado não tem carro oficial e dirige um Fiat Idea de vários anos atrás. Sua simplicidade contrasta com a impressionante trajetória profissional. Aos 23 anos, quando se formou em Direito, Sérgio Fernando Moro já tinha outra carreira vitoriosa – era professor de Geografia da Universidade Estadual de Maringá. Mas em 1996, aos 24 anos, passou no concurso e se tornou juiz federal.
Com apenas 26 anos, em 1998, cursou o programa para instrução de advogados da Harvard Law School e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. É Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná, e atualmente é juiz titular da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba e professor de Processo Penal na UFPR.
UM ÍDOLO NACIONAL
Antes da Operação Lava Jato, Moro já havia conduzido o caso Banestado, que resultou na condenação de 97 pessoas, e atuara na Operação Farol da Colina, em que decretou a prisão temporária de 103 suspeitos de evasão de divisas, sonegação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro – entre eles, o doleiro Alberto Youssef.
Com a projeção conseguida na Lava Jato, o juiz que não concede entrevistas e só fala nos autos, como se diz em linguagem jurídica, rapidamente se transformou num ídolo nacional e chegou a ser indicado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil para concorrer à vaga deixada por Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, mas foi apenas uma ilusão pensar que uma governanta como Dilma Rousseff pudesse ter a grandeza de nomear um magistrado de tamanho nível e independência.
Em 2014, foi escolhido o “Brasileiro do Ano” pela IstoÉ e um dos cem mais influentes do Brasil pela revista Época. No Prêmio “Faz Diferença” do jornal O Globo, foi eleito a “Personalidade do Ano” de 2014 por seu trabalho na operação da Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
NINGUÉM O CONTESTA
Apesar da enorme influência dos políticos e empresários investigados na Lava Jato, praticamente todas as decisões do juiz Moro têm sido mantidas nas demais instâncias. O relator no Supremo, Teori Zavascki, chegou a derrubar uma das decisões dele e libertou o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, mas depois teve de voltar atrás.
Somente agora a Segunda Câmara do Supremo, “reforçada” pelo ministro Dias Toffoli, revogou a prisão preventiva de vários empresários, mas os manteve em prisão domiciliar, usando tornozeleiras, numa decisão bizarra e inteiramente à margem da lei que regula a matéria, vejam a que ponto caiu o saber jurídico dos integrantes da nossa máxima corte.
É o juiz Moro quem vai julgar todos os ex-parlamentares e ex-governadores envolvidos, assim como os dirigentes das empresas, os funcionários da Petrobras e o resto da quadrilha, na qual poderá ser incluído o próprio Lula, além de outras destacadas personalidades, como os ex-ministros Dirceu, Palocci e Cia. Ltda.
LAVANDO A ALMA
Sem a menor dúvida, o juiz Moro e os procuradores da República, delegados e agentes federais da Operação Lava Jato estão fazendo um bem enorme a este país, ajudando a levantar a alto estima dos brasileiros, que não acreditavam mais em nada.
Agora, não. Ainda resta uma esperança de que o Judiciário brasileiro possa se recuperar. Para que isso ocorra, porém, os magistrados terão de trabalhar incansavelmente, no mesmo ritmo da força-tarefa da Lava Jato, fazendo com que os julgamentos ocorram a tempo e a hora, evitando que os processo se prolonguem indefinidamente e os crimes prescrevam, com sempre ocorre, em benefício de figuras execráveis como Jader Barbalho e Luiz Estevão, só para citar alguns desses criminosos privilegiados.
Se a Justiça funcionar, todo o resto funcionará, haverá muito menos corrupção e desvio de recursos, consequentemente sobrará verbas para educação, saúde e outras necessidades básicas que hoje são negadas a milhões de brasileiros. Por isso, é tão importante o exemplo que está sendo dado por este grupo de jovens da força-tarefa. Se o resto da Justiça seguir na mesma levada, podem ter certeza rapidamente que nós faremos que isto aqui se transforme num país de verdade.

15 de maio de 2015
Carlos Newton

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