Defendemos aqui na Tribuna da Internet a tese de que precisava ser evitada, a qualquer custo, a anunciada guerra entre o “exército” convocado por Lula e os manifestantes que reivindicam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas o confronto nas ruas parece ser inevitável.
A irresponsabilidade é a palavra de ordem, e a Polícia Militar de São Paulo cometeu a burrice de marcar para o mesmo local e horário (Avenida Paulista, final da tarde desta sexta-feira 13) as manifestações a favor e contra o governo Dilma Rousseff na capital paulista. Ou seja, é como se a autoridade policial estivesse convocando as duas facções para se digladiarem, o que parece ser óbvio.
A culpa dessa situação ameaçadora é do governo, que resolveu dar uma demonstração de força e usou as centrais sindicais, o PT e organizações sociais como UNE e MST para convocar um ato público em resposta antecidada ao macroevento a favor do impeachment da presidente, que há dois meses já estava marcado para o próximo domingo, dia 15, com atos marcados em mais de 200 cidades.
É claro que possibilidade de confronto poderia ser muito reduzida, caso as manifestações fossem marcadas para locais diferentes nesta sexta-feira 13, mas as próprias autoridades policiais se encarregam de agravar o problema.
LULA DESISTIU DE PARTICIPAR
Depois de insuflar os militantes petistas para que enfrentem nas ruas quem se manifestar a favor do impeachment, ameaçando até recorrer ao “exército” dos sem-terra, o ex-presidente Lula desistiu de comparecer. Mas outros dirigentes do PT insistem em proclamar que os militantes devem recorrer até mesmo à agressão física – ou “na porrada”, no dizer no presidente do PT fluminense, prefeito Washington Quaquá.
Diante desse quadro preocupante, os organizadores das manifestações pelo impeachment deveriam ter orientado os participantes a não saírem às ruas na sexta-feira 13, deixando que as entidades e os movimentos sociais governistas promovessem seus atos públicos à vontade. Mas ocorreu exatamente o contrário, e nesta sexta-feira 13 tudo pode acontecer.
OS BLACK BLOCS VÊM AÍ
É certo que além do “exército” do MST, da UNE, das centrais sindicais e de outros movimentos petistas, também os sinistros Black blocs estarão nas ruas, prontos para tudo.
Para o governo, nada dá certo, e a mobilização que era a favor está se tornando um protesto contra, porque as centrais sindicais vão criticar o corte de direitos sociais, proposto pela nova equipe econômica com aceitação da presidente Dilma e sem apoio do próprio PT e da base aliada, uma coalizão que já nem existe mais.
12 de março de 2015
Carlos Newton
Carlos Newton
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