O governo da presidente Dilma Rousseff vem segurando preços de combustíveis e energia para evitar impacto nos índices de inflação em ano eleitoral. Não se trata de uma acusação feita por um oposicionista, mas da confissão pública de ninguém menos que o chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante, em entrevista à " Folha de S.Paulo". Um dia depois do ataque de sinceridade do petista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou as declarações do colega de Esplanada e negou que a atual gestão esteja represando tarifas. Mas o estrago já estava feito.
Diante do descalabro da política econômica de um governo sem rumo, não surpreende que dois de seus principais ministros protagonizem um bate-boca sobre a contenção de preços. A desastrosa condução da economia pelo PT levou a reputação do Brasil ao chão, com uma série de previsões furadas do próprio Mantega sobre o crescimento do PIB, além da "contabilidade criativa" que mascara a expansão da despesa pública e da dívida governamental, gerando um ambiente de absoluta incerteza em relação à saúde financeira nacional. Enquanto Mantega e Mercadante não falam a mesma língua e a presidente afirma que "a inflação está sob controle", o trabalhador sente no bolso que não vivemos às mil maravilhas.
De acordo com o IPCA de abril, a inflação acumulada no ano chega a 6,28%, índice que continua muito acima do centro da meta estipulada pelo governo (4,5%) e bem próximo do teto de 6,5%. A manipulação de dados gera uma onda de desconfiança que fere de morte a economia brasileira. Recentemente, nem mesmo o IBGE escapou da tal investida, que culminou na suspensão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que divulgaria números relativos ao emprego. Diante da péssima repercussão na opinião pública, a divulgação da pesquisa foi mantida para o início de junho.
Sem credibilidade junto ao mercado e à sociedade, o país fica condenado a um círculo vicioso em que investidores deixam de investir e consumidores deixam de consumir, aumentando a sensação de que andamos de lado. Mais do que uma mera impressão, trata-se de constatação da realidade: segundo o IBGE, o crescimento médio do PIB nos três primeiros anos do governo Dilma foi de apenas 2%, o que significa que a economia brasileira cresce no menor ritmo desde Collor. Com a perigosa combinação de baixo crescimento com inflação e juros em alta, o governo petista se move por preocupações eleitorais quando decide represar as tarifas de gasolina, energia e outros preços administrados.
Tudo em nome de uma reeleição que hoje, dado o percentual de brasileiros que desejam mudança (74%, diz o Datafolha), não parece muito provável. Com a ameaça cada vez maior de volta da inflação, tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de um governo que não preza pela transparência. Segurar preços artificialmente para ludibriar os agentes econômicos e a população, em uma clara tentativa de salvar a presidente-candidata nas eleições, não passa de artimanha desonesta que só arranha ainda mais a reputação do país.
Precisamos de menos Mercadantes, Mantegas e Dilmas, e de mais gente séria na condução da economia. De menos contabilidade criativa e mais credibilidade. Precisamos da decência, da competência e da honestidade que tanto têm faltado ao país nos últimos 12 anos.
Diante do descalabro da política econômica de um governo sem rumo, não surpreende que dois de seus principais ministros protagonizem um bate-boca sobre a contenção de preços. A desastrosa condução da economia pelo PT levou a reputação do Brasil ao chão, com uma série de previsões furadas do próprio Mantega sobre o crescimento do PIB, além da "contabilidade criativa" que mascara a expansão da despesa pública e da dívida governamental, gerando um ambiente de absoluta incerteza em relação à saúde financeira nacional. Enquanto Mantega e Mercadante não falam a mesma língua e a presidente afirma que "a inflação está sob controle", o trabalhador sente no bolso que não vivemos às mil maravilhas.
De acordo com o IPCA de abril, a inflação acumulada no ano chega a 6,28%, índice que continua muito acima do centro da meta estipulada pelo governo (4,5%) e bem próximo do teto de 6,5%. A manipulação de dados gera uma onda de desconfiança que fere de morte a economia brasileira. Recentemente, nem mesmo o IBGE escapou da tal investida, que culminou na suspensão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que divulgaria números relativos ao emprego. Diante da péssima repercussão na opinião pública, a divulgação da pesquisa foi mantida para o início de junho.
Sem credibilidade junto ao mercado e à sociedade, o país fica condenado a um círculo vicioso em que investidores deixam de investir e consumidores deixam de consumir, aumentando a sensação de que andamos de lado. Mais do que uma mera impressão, trata-se de constatação da realidade: segundo o IBGE, o crescimento médio do PIB nos três primeiros anos do governo Dilma foi de apenas 2%, o que significa que a economia brasileira cresce no menor ritmo desde Collor. Com a perigosa combinação de baixo crescimento com inflação e juros em alta, o governo petista se move por preocupações eleitorais quando decide represar as tarifas de gasolina, energia e outros preços administrados.
Tudo em nome de uma reeleição que hoje, dado o percentual de brasileiros que desejam mudança (74%, diz o Datafolha), não parece muito provável. Com a ameaça cada vez maior de volta da inflação, tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de um governo que não preza pela transparência. Segurar preços artificialmente para ludibriar os agentes econômicos e a população, em uma clara tentativa de salvar a presidente-candidata nas eleições, não passa de artimanha desonesta que só arranha ainda mais a reputação do país.
Precisamos de menos Mercadantes, Mantegas e Dilmas, e de mais gente séria na condução da economia. De menos contabilidade criativa e mais credibilidade. Precisamos da decência, da competência e da honestidade que tanto têm faltado ao país nos últimos 12 anos.
24 de maio de 2014
Roberto Freire, Brasil Econômico
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