BRASÍLIA - O primeiro ano da morte do presidente Hugo Chávez confirma que não há chavismo sem Chávez. O país, que já vivia uma crise política e econômica, agora está um verdadeiro caos.
A Venezuela não é a Ucrânia, principalmente porque não há duas potências em choque e trocando farpas em público, muito menos com risco de invasões e guerras. Nem por isso a crise venezuelana deixa de ser grave.
Suplantada pela Ucrânia, saiu da mídia norte-americana, mas não das preocupações do Departamento de Estado e, claro, mobiliza Dilma e os demais presidentes da região.
Líderes do Mercosul (Cone Sul), da Unasul (América do Sul) e da Celac (que inclui o Caribe), mais do que emitir notas a respeito, estão trocando intensos telefonemas e discutindo alternativas. A Venezuela em chamas significa incêndio na região num momento internacional delicado.
Com Chávez lá e Lula cá, o Brasil capitaneou uma comissão externa para ajudar o país a deslizar do impasse para algum nível de normalidade. Agora não poderia ser diferente, mas o chanceler Elías Jaua já deu um chega pra lá ao dizer que o país não precisa de mediação externa para problemas internos.
Não pode ser para valer. O próprio presidente Nicolás Maduro tenta minar e reduzir a base oposicionista e já estendeu a mão para setores antes rechaçados pelo chavismo. A ajuda de aliados só ajudaria.
Uma mediação entre Caracas e Washington, aliás, também deveria ser bem-vinda. Apesar de os EUA terem reduzido bastante a importação de petróleo venezuelano em 2013, o país de Chávez e Maduro é um dos maiores produtores mundiais, o Oriente Médio não é confiável e o produto continua sendo essencial.
Um bom momento para colocar tudo isso sobre a mesa será na semana que vem, coincidindo com a posse de Michelle Bachelet, que está de volta à presidência do Chile. Mas só se Maduro autorizar e Chávez abençoar. Com esses dois, nunca se sabe.
A Venezuela não é a Ucrânia, principalmente porque não há duas potências em choque e trocando farpas em público, muito menos com risco de invasões e guerras. Nem por isso a crise venezuelana deixa de ser grave.
Suplantada pela Ucrânia, saiu da mídia norte-americana, mas não das preocupações do Departamento de Estado e, claro, mobiliza Dilma e os demais presidentes da região.
Líderes do Mercosul (Cone Sul), da Unasul (América do Sul) e da Celac (que inclui o Caribe), mais do que emitir notas a respeito, estão trocando intensos telefonemas e discutindo alternativas. A Venezuela em chamas significa incêndio na região num momento internacional delicado.
Com Chávez lá e Lula cá, o Brasil capitaneou uma comissão externa para ajudar o país a deslizar do impasse para algum nível de normalidade. Agora não poderia ser diferente, mas o chanceler Elías Jaua já deu um chega pra lá ao dizer que o país não precisa de mediação externa para problemas internos.
Não pode ser para valer. O próprio presidente Nicolás Maduro tenta minar e reduzir a base oposicionista e já estendeu a mão para setores antes rechaçados pelo chavismo. A ajuda de aliados só ajudaria.
Uma mediação entre Caracas e Washington, aliás, também deveria ser bem-vinda. Apesar de os EUA terem reduzido bastante a importação de petróleo venezuelano em 2013, o país de Chávez e Maduro é um dos maiores produtores mundiais, o Oriente Médio não é confiável e o produto continua sendo essencial.
Um bom momento para colocar tudo isso sobre a mesa será na semana que vem, coincidindo com a posse de Michelle Bachelet, que está de volta à presidência do Chile. Mas só se Maduro autorizar e Chávez abençoar. Com esses dois, nunca se sabe.
06 de março de 2014
Eliane Cantanhêde, Folha de SP
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