"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

DISSIPAÇÃO


 
 
Estamos chegando ao final do ano e é inevitável a questão sobre em que ponto o país retornará ao trabalho em 2014, um ano que será marcado, entre outros tremores, pela continuação de infinitas disputas sobre quem é dono da endêmica corrupção que atormenta a sociedade, pela corrida presidencial associada a uma campanha eleitoral que promete ser uma das mais histéricas a que a república já assistiu e pela expectativa de uma decisão sobre ressarcimento de perdas de planos econômicos do passado que, segundo a fontes do governo, pode ser o réquiem da economia. 

Além disso, o país será palco de uma copa do mundo, mais um negócio do que uma exibição de bom futebol, e que está deixando a FIFA em sobressalto pela ameaça de metas não cumpridas e pelo fantasma de manifestações, provavelmente mais difíceis de serem mantidas a uma distância segura das portas dos estádios. 

Acrescidos às tradicionais postergações, como o carnaval, a semana santa e e enorme quantidade de feriados, seremos, portanto, brindados por outros marcos que tornarão pouco prováveis as decisões fundamentais para o desenvolvimento do país. 
Em que ponto do próximo ano serão concluídos, por exemplo, os processos de impacto ambiental que travam investimentos de importância? quando aparecerão regras para as privatizações necessárias, mais ágeis e menos estatizantes? quando a infraestrutura aliviará o gargalo? 

Para o bem do Brasil, urge que a sociedade cobre das autoridades uma tentativa de separação entre o que constitui sobrevivência como país e mera dissipação visando um diversionismo de problemas graves mas que, por serem politicamente sensíveis, devem ser, mais uma vez, empurrados com a barriga.
 
02 de dezembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, Reformado.

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