"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

DERRUBE A TEORIA DO FATO POLÍTICO CONSUMADO



Não existe resultado de vitória eleitoral conquistado antecipadamente – a não ser por armações que driblam ou violam as regras normais do pleito. Por isso, é leviana a prática tupiniquim de divulgar resultados de pesquisas eleitoreiras para induzir a maioria da opinião pública a seguir uma tendência de voto na candidatura apontada como “mais provável vencedora” ou “campeã da pesquisa”.

Fato Político só é consumado quando realmente acontece. Favoritismo absoluto ou “vitória antecipada” em pesquisa eleitoral são truques de marketagem. O triste e grave é que a grande maioria das pessoas se influencia pelo resultado. Uns apoiam ainda mais o “vencedor da pesquisa”. Outros, mesmo céticos quanto à cientificidade do resultado pesquisado, embarca no clima de “já ganhou” da figura apontada como “vencedora”. Quem é da situação comemora. O opositor se intimida e, psicologicamente, sugere a si mesmo que a tal vitória parece “inevitável”.

Eis o fenômeno com a divulgação das recentes pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial de 2014 no Brasil. Conforme o mais recente levantamento Datafolha de quinta e sexta-feira da semana passada, com 4.557 pessoas em apenas 194 dos 5.570 municípios brasileiros, a Presidenta Dilma Rousseff seria reeleita com 41% a 47% dos votos – dependendo de quem enfrenta na pesquisa. Logo no primeiro turno, ganha do Aécio de 47 a 19 por cento. Vence o Eduardo Campos por 47 a 11.

Dilma só tem um cenário de vitória mais complicado se os candidatos em disputa forem Marina Silva, José Serra e Joaquim Barbosa – o que é pouco provável de se tornar possível. Dilma não ganharia no primeiro turno. Dilma teria 41% contra 24% de Marina e 19% de José Serra. O Super Barbosão aparece com 15% (número fantástico para alimentar a mosca azul de quem alega não ter vontade de ser candidato). Ou seja, pelo fato politicamente consumado da pesquisa, com maior ou menor dificuldade, Dilma é favoritíssima.

O Datafolha também fez uma gracinha. Simulou Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência. Dilma deve ter ficado PT da vida com isto. O Presidentro seria o único capaz de superar a Presidenta. Lula teria entre 52% a 56% das preferências. A numerologia da pesquisa ajuda a insuflar teorias conspiratórias de que, mesmo com a Dilma “favorita”, Lula pode querer tomar o lugar dela. Provavelmente, não vai. Lula deve disputar o Senado, por São Paulo, no esforço duplo: para garantir uma imunidade parlamentar e tentar eleger Alexandre Padilha governador.

Aparentemente, os gatos pingados ouvidos na pesquisa ignoram o tal do Mensalão. Da mesma forma, dão bola nenhuma para a crise econômica que se aproxima de forma cada vez mais ameaçadora no horizonte de 2015. No meio do caminho, antes da urna levar a dedada, tem a Copa do Mundo. Se o Brasil for campeão, quem já está no poder sempre surfa melhor na onda vitoriosa. Se a seleção privada da CBF perder, o clima fica pesado e beneficia alguma oposição – que precisa surgir das sombras.

Em resumo: os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira, que compreendem o mal gerado pelo grupo de marionetes que infesta o poder político há mais de uma década, precisam ter a convicção de que não existe vitória politicamente consumada da Dilma ou de Lula. Por isso, mais que nunca, é hora de uma nova estratégia real de oposição.

É necessário e urgente formular uma proposta política para o Brasil que seja diferente do modelo petista ou tucano, variações socialistas fabianas de um mesmo esquema a serviço da Oligarquia Financeira Transnacional. Eis a hora de um Projeto de Brasil que nos livre do modelo Capimunista – um falso capitalismo estatal, corporativista, corrupto, legalmente autoritário e economicamente usurpador da renda das pessoas pelo assalto tributário.

Formulemos a alternativa, um Projeto de Brasil, e vamos lutar pela hegemonia política, muito além do resultado das urnas eletrônicas. Muita fé e atitudes concretas, proativas, são necessárias a quem tem o dever de vencer os inimigos do Brasil. 

Bem Qualificado
 
 
Isonomia prisional
 

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

02 de dezembro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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