"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

COITADO DO RIO DE JANEIRO! TÃO PERTO DO CRISTO, TÃO LONGE DE DEUS!

O retorno. Ou: Datafolha no Rio: A vida não presta!

O Cristo chora
 
Pois é, pois é… No dia 15 de agosto, escrevi aqui um post sobre a situação política do Estado do Rio. Como não me lembro de ter escrito textos simpáticos aos depredadores de junho, tornados poetas por setores da imprensa, houve quem reclamasse comigo, afirmando que sempre fui um crítico severo do governador Sérgio Cabral e, de repente, estaria com peninha dele. Será assim? Reproduzo (em azul) trecho daquele artigo e volto em seguida.
 
(…)
“Reinaldo passou quase sete anos esculhambando Sérgio Cabral e agora começou a defendê-lo…” Eu não retiro uma linha do que escrevi sobre o governador do Rio e ainda poderia acrescentar outras milhares.


O ponto, definitivamente, não é esse. O que estou demonstrando aqui — e já o fiz em outros posts — é que a demolição de sua imagem se dá de uma forma que pode ser nefasta para o futuro do estado do Rio de Janeiro.

As alternativas que se desenham naquele horizonte de cartão-postal não são muito alvissareiras, daí ter parafraseado Porfírio Díaz, que exclamou sobre seu país: “Pobre México! Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.
De resto, escrevo aqui uma obviedade. Não é a “população” do Rio que simula aquele estado de insurreição. A dita “população” está trabalhando.


O jornalismo tem a obrigação de investigar quem são esses militantes e a que orientação obedecem. Não necessariamente para denunciá-los, mas para, ao menos, saber qual é a sua agenda — a sua verdadeira agenda.

Voltei

Coimo vocês leem acima, eu dizia que as alternativas que se desenham para o Estado do Rio não eram as melhores. Nesta segunda, a Folha divulgou a pesquisa Datafolha sobre as intenções de voto para o governo do Estado…
O que foi que nos deram as ruas mesmo? O que custou a desconstrução da figura de Sérgio Cabral, feita pelo lado errado, por maus motivos, operada ou por esquerdistas xucros ou pela demagogia mais rasteira? Isto aqui (gráficos publicados pela edição impressa da Folha):
 
eleição rio de janeiro
 
Sérgio Cabral deve deixar o governo no fim de março. Talvez se candidate ao Senado. Pezão, o vice — e candidato a governador — assume. Buscará visibilidade. Hoje, ao menos, a figura de Sérgio Cabral não ajuda muito a fazer a sua boa fama, como se vê abaixo:
 
Sergio Cabral
 
Retomo

As respectivas máquinas do Estado e da Prefeitura, ambas nas mãos do PMDB, são bastante fortes. A chance de Pezão crescer, sem querer fazer graça, é grande. Pois é… De fato, eu, que cheguei a ser um dos dois críticos da forma que tomaram as UPPs no Rio, me vejo aqui quase torcendo — também não esperem demais de mim… — pela ascensão de… Pezão!
 
E depois alguns bobos dizem que tenho má vontade com o Rio — a capital é, com efeito, um dos lugares mais bonitos da Terra, excetuando-se o “feio” que a má consciência politicamente correta da cidade transformou no “belo horrível”, como diria Mário de Andrade, que fez poesia para o Tietê — antes de ele ser um esgoto, é verdade. Eu adoro o Rio! Só me incomoda um pouquinho é o excesso de rentistas de extrema esquerda do asfalto, com ar-condicionado e vista para o mar…
 
Má vontade? Eu? Olho para o quadro eleitoral e percebo que pelo menos 51% dos eleitores escolheriam Garotinho, Lindbergh ou Crivella… É claro que minha poesia se desconcerta e se desconserta. Ela tanto fica, assim, meio desenxabida como se desarranja… Como num rockinho dos anos 80, tendo a achar “que a vida não presta”…
 
Caminhando para a conclusão

Tanta coisa a reparar no governo Sérgio Cabral… Tanta coisa a corrigir pelo viés — lá vou eu provocar a fúria da turma — saudavelmente conservador, e os nossos progressistas do Leblon, de Copacabana e Ipanema decidiram que havia de ser pelo outro lado…
 
A escolha do mal menor, quando não há uma solução ótima, representa um peso danado. Os puros podem se ausentar do mundo real porque sempre terão o refúgio da utopia, do lugar-nenhum! E, no lugar-nenhum, tudo é sempre muito justo. E olhem que Marcelo Freixo, desta feita, não está na parada. Ele se guarda para a disputa pela Prefeitura, depois de seu partido ter deixado sem aula as crianças pobres. Em nome do povo!
 
Reinaldo Azevedo torcendo para Pezão ascender nas pesquisas porque, afinal, gosta do Rio de Janeiro… A vida não presta!
 
02 de dezembro de 2013
Reinaldo Azevedo    

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