A maioria das pessoas se casava em junho porque tomava seu banho anual em maio e ainda cheirava bem(?) em junho. No entanto, como esse cheiro bom(?) já estava começando a chegar na data de vencimento, as noivas, por via das dúvidas, carregavam um buquê de flores para ocultar os odores corporais.
Os banhos consistiam em uma grande banheira cheia de água quente. O homem da casa tinha o privilégio da água limpa agradável tomava primeiro, depois iam todos os outros filhos homens, depois as mulheres e, finalmente, o filho caçula. Com isso, a água ficava tão suja que realmente podia se perder uma criança dentro da banheira. Daí a se dizer: “não jogar fora o bebê com a água do banho” (“don’t throw the baby out with the bath water.”).
Casas tinham telhados de colmo - palha espessa - altos e sem madeira por baixo. Era o único lugar para os animais se aquecerem no inverno. Cães, gatos e outros pequenos animais (ratos, insetos) viviam no telhado. Quando chovia, tornava-se escorregadio e, por vezes, os animais escorregavam e caíam do telhado. “Está chovendo gatos e cachorros” (“It’s raining cats and dogs”) dizia-se.
Naqueles tempos, cozinhava-se em uma grande chaleira ficava sempre no fogo. Todos os dias acendia-se o fogo e acrescentava-se coisas dentro. Comia-se principalmente vegetais e pouca carne. O cozido era comido no jantar, as sobras voltavam para a panela para esfriarem durante a noite e começar tudo de novo no dia seguinte. Às vezes o guisado tinha comida que ficava lá por dias, daí a rima, “peas porridge hot, peas porridge cold, peas porridge in the pot nine days old” (“mingau de ervilhas quente, mingau de ervilhas frio, mingau de ervilhas na panela há nove dias”).
Às vezes havia carne de porco, o que fazia os donos das casas sentirem-se muito especiais. Quando vinham visitas, penduravam o bacon para mostrar. Era um sinal de riqueza quando um homem podia trazer o bacon para casa. Cortavam um pouco e partilhavam com os convidados, que se sentavam ao redor da iguaria para “mastigar a gordura” (“chew the fat”).
A maioria das pessoas não tinha pratos de estanho, mas tinha trinchos, um pedaço de madeira com o meio escavado como uma tigela. Muitas vezes os trinchos eram feitos de pães velhos que, de tão duros, podiam ser usados como pratos por algum tempo. Eles nunca eram lavados e, por isso, os vermes e fungos penetravam na madeira e no pão velho.
O pão era dividido de acordo com a situação. Trabalhadores ficavam com o fundo queimado do pão, a família ficava com o miolo e os hóspedes com a parte superior.
Eram usados copos de chumbo para beber cerveja ou uísque. A combinação, às vezes, derrubava os paus-d’água por dois dias, em um estado parecido com a catalepsia. Quem fosse que os encontrasse nesse estado, preparava logo o funeral. Como alguns “ressuscitassem” antes de serem enterrados, virou costume colocá-los sobre a mesa da cozinha por alguns dias com as famílias reunidas em volta a comer e beber enquanto esperavam para ver se acordavam. Era o “wake” (“acordar”). Daí o veio o costume de se velar defuntos.
12 de outubro de 2013
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