O quadro eleitoral para 2014 está posto. O vice de Dilma Rousseff será Michel Temer, pois a única chance do PT se livrar do PMDB seria ter o PSB na sua chapa. Com o oficialização da candidatura de Eduardo Campos, esta possibilidade acabou.
Ao que tudo indica, Marina Silva será vice de Campos, pois só tem a ganhar com isso. Só não anunciou oficialmente porque é boa marqueteira e deixará esta resposta em suspenso para se cacifar ainda mais, no correr do tempo.
Então temos duas chapas: Dilma-Temer e Campos-Marina. E o PSDB? Pelo acordo interno, a candidatura de Aécio Neves deveria ser anunciada somente em fevereiro ou março de 2014. Para dar uma saída honrosa para José Serra.
Este pacto foi por água abaixo depois da incorporação da Rede pelo PSB no último sábado. O fato político atropelou este acordo doméstico, tornando-o irrelevante.
Não há vantagem alguma em alimentar a dúvida de quem será o candidato tucano, enquanto os adversários já estão na rua com as suas chapas montadas, apenas para agradar meia dúzia de renitentes.
Não é hora para vacilações e punhos de renda. Que os tucanos oficializem a sua chapa como o PSB e o PT fizeram. Que indiquem o vice de Aécio imediatamente, mas claro que seria exigir muito que José Serra aceite esta posição em função do novo quadro político, como o fez Marina Silva.
A história indica que, ao contrário, ele aproveitará o fato para confrontar novamente o desejo da maioria do partido, achando que, mesmo com uma rejeição de quase 50% e duas derrotas nas costas, deva estar no topo.
Se Serra não quiser assumir o desafio, com a humildade e grandeza que a hora exige, que se avance uma casa e o senador Aloysio Nunes puxe para si esta grande responsabilidade.
É o nome. É São Paulo. E a chapa é pura, pois nenhum aliado tem indicado forte no estado de onde, estrategicamente, deve sair o vice. O PSDB não deve temer o PSDB. Os tucanos devem olhar para fora do partido e não mais para as suas lutas intestinas que tantas derrotas já trouxeram à oposição.
Alguns podem dizer que é prematuro definir o vice, tendo em vista a necessidade de atrair outros partidos em função do tempo de TV. A resposta é uma pergunta: desde quando outros partidos desejarão ter a vice presidência de uma chapa que esteja atrás nas pesquisas e ameaçada de não chegar ao segundo turno?
Há outras coisas a negociar com PPS, PP e pequenos partidos, se as pesquisas indicarem chance real de vitória.
O que se deve buscar, neste momento, é um fato político de impacto que neutralize os acontecimentos e que mostrem uma virada no pensamento do partido, já que a indecisão crônica do PSDB é a marca mais contestada pelos eleitores de oposição. Podem fazer 100 pesquisas e as 100 indicarão que o eleitor tucano quer um partido destemido, em primeiro lugar.
Por fim, Eduardo Campos. O fato político de sábado significa rasgar a ata.
O PSDB terá de confrontar diretamente o pernambucano e sua vice, para que a falsa ideia de "continuidade com mudança" não prospere, isolando os tucanos e tornando 2014 um embate "situação x situação".
Ah, mas pode haver acordo no segundo turno. Sim, pode. Mas primeiro precisa haver segundo turno e o PSDB estar nele.
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