"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

FEITIÇO COMEÇA A VIRAR CONTRA A FEITICEIRA

Suposta espionagem não é só dos EUA, envolve China e escancara amadorismo do PT em matéria de defesa cibernética.

Hoje o jornal O Globo, da mesma empresa jornalística que vem fazendo as reportagens-show sobre a suposta espionagem americana, faz uma crítica contundente ao Governo Federal. Parece que o feitiço começa a virar contra a feiticeira.
 
Leia abaixo:
 
 
 Desde julho, quando O GLOBO publicou as primeiras informações sobre as operações da NSA na América Latina, sabe-se que o Brasil é um país de portas abertas à espionagem. Na época, o governo Dilma Rousseff anunciou investigações de "denúncias de envolvimento de empresas" com a espionagem e, também, sobre as "vulnerabilidades" das redes e equipamentos pelos quais fluem os dados produzidos no país. Passaram-se dois meses e não há informação sobre resultados, nem mesmo sobre o que efetivamente esteja sendo feito, ou se pensa em fazer, para proteção do sigilo de dados dos cidadãos, do governo e das empresas.
 
A iniciativa pública limitou-se, até agora, a pedidos de "explicações" a Washington, secundados pela retórica diplomática sobre a conveniência de um debate nas Nações Unidas. Prevalecem insuficiências objetivas. Uma delas é a indecisão sobre o papel da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na eventual política de defesa cibernética, da qual só existe um breve rascunho.
 
O banco de dados da Anatel registra um crescimento de "incidentes/ ataques", como ela mesmo define, nas redes de telecomunicações em Curitiba (2012), na Bahia (2010/2011) e em São Paulo (2008/2009). Possui, também, informações sobre uma "sequência de ataques ao governo", a partir do dia 22 de junho de 2011. Não significa, necessariamente, que governos de outros países sejam responsáveis - embora se atribua à China a façanha de ter "desviado" cerca de 15% do volume de tráfego mundial da internet em 2010.
 
Os registros oficiais brasileiros confirmam a dimensão da vulnerabilidade do país e demonstram a profundidade da miopia governamental. Exemplar é o uso da fatia do orçamento federal aprovada para investimento na construção de um sistema nacional de "defesa contra ameaças" cibernéticas e para produção de "mecanismos de proteção de dados sensíveis". No ano passado, de cada R$ 100 aprovados para esse programa, somente R$ 31 foram usados. Neste ano, até junho, de cada R$ 100 previstos, só haviam sido gastos R$ 8.
 
Na liderança política de um país que mantém a quase totalidade do seu fluxo de dados via internet - sem infraestrutura de redes, cabos submarinos ou satélites próprios-, tem 90% do seu comércio feito por linhas marítimas e produz no mar 80% do seu petróleo, Dilma Rousseff parece ter optado pelo "samba" de uma nota só: reclamar de Barack Obama. Como a fila é grande, talvez precise de senha não-criptografada.

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