O advogado René Ariel Dotti, que representa a Petrobras na sessão do TRF4 que julga o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá, afirmou que a Petrobras sofreu um “atentando gravíssimo” contra seu patrimônio, enfatizando que o processo revela “duas ilhas de um grande arquipélago de ilicitudes”.
Dotti acrescentou que a Petrobras não poderia sozinha desvendar ou resistir a uma complexa e inusitada associação. O advogado sustentou que o processo demonstrou que a Petrobras foi vítima de uma “refinada organização criminosa e que havia audácia nas iniciativas e eficiência no sigilo”. O advogado destacou que a Petrobras, ao tomar conhecimento dos fatos, investiu em controles internos e prestou inteira colaboração desde o início das investigações, acreditando na formação de uma consciência coletiva para que casos semelhantes não ocorram no futuro.
PENA MAIOR – A Petrobras atua no julgamento como assistente de acusação do Ministério Público Federal, que pede uma pena maior ao ex-presidente. Lula, por outro lado, pede a absolvição completa. Ele foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, por supostamente receber o apartamento no litoral paulista em troca de contratos junto a Petrobras. Além de Lula, recorreram contra a sentença o ex-presidente da OAS, José Aldemario Pinheiro Filho (condenado em primeira instância a 10 anos e 8 meses), o ex-diretor da área internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros (condenado a 6 anos), e o ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, absolvido em primeira instância, mas requer troca dos fundamentos da sentença.
O MPF recorreu contra a absolvição em primeira instância de três executivos da OAS: Paulo Roberto Valente Gordilho, Roberto Moreira Ferreira e Fábio Hori Yonamine. Para o advogado da Petrobras, as provas contra os acusados são “lógicas”. “A corrupção e a lavagem de dinheiro estão atrelados a uma cadeia de provas que é irresistível à mais simples das lógicas”, afirmou.
REESTRUTURAÇÃO – Dotti disse que a empresa criou novos mecanismos para verificar a integridade de seus fornecedores, reforçou seu canal de recepção de denúncias e demonstrou eficiência na gestão técnica. O advogado não falou especificamente sobre o processo, mas sobre a importância da empresa e a questão da corrupção.”A corrupção é o câncer da administração pública no Brasil”, afirmou.
O advogado René Dotti finalizou sua fala dizendo acreditar ser possível a formação de uma consciência coletiva para que casos semelhantes não aconteçam no futuro. “A esperança da Petrobras caminha junto com a esperança do Brasil. E a esperança é a absoluta condenação desses réus”.
24 de janeiro de 2018
Deu no G1
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