Foi exatamente isso que ocorreu nesta terça-feira e está ocorrendo, no dia de hoje, quarta-feira, no curso do julgamento do recurso do ex-presidente Lula ao Tribunal Regional Federal-4, em Porto Alegre, contra a sentença do juiz Sérgio Moro que o condenou a nove anos de prisão. Como o julgamento é acompanhado em tempo real, este aspecto bloqueia a hipótese de o tema servir a colocação de fake news nas redes sociais. Portanto, ao longo do dia de hoje, não haverá espaço para inserção de versões elaboradas pelos que desejam transformar a realidade e impor sua visão das coisas. Pois será fácil, e de efeito imediato, confrontar as informações e opiniões colocadas individualmente com a narrativa verdadeira dos fatos e seus comentários à base da lógica.
Digo isso a propósito do artigo do Professor Demétrio Magnoli, Folha de São Paulo, edição de sábado. O sociólogo chegou à conclusão de que a única forma de se combater as fake news é confrontá-las com os telesjornais do mesmo dia e, sobretudo com os jornais do dia seguinte. Neste caso, refiro-me aos principais veículos de comunicação escrita do país.
SEM CENSURA – Dentro da minha perspectiva, é impossível e também ilegal alguém desejar impor a censura prévia nas redes sociais. Impossível pelo volume das comunicações efetuadas, ilegal porque a Constituição do Brasil proÍbe a prática de qualquer tipo de censura prévia. Essa proibição, inclusive, foi confirmada por 11 votos a zero no Supremo Tribunal Federal, estabelecendo assim jurisprudência absoluta em torno de tal perspectiva.
Além do mais, quem poderia exercer uma censura gigantesca e múltipla para bloquear a veiculação de textos e opiniões de sentido pelo menos duvidoso e, em muitos casos, falsos? Uma tarefa impossível além de própria das ditaduras. O que, graças a Deus, não é o caso brasileiro. A seleção de matérias cabe exclusivamente aos leitores e a mais ninguém.
CHECAGEM – O confronto entre o boato, o comentário despropositado e sua divulgação pode ser feito facilmente num espaço de poucas horas. Entre uma tarde e seu final. Entre o crepúsculo e a alvorada. Os jornais estão nas bancas junto com o amanhecer. No anoitecer encontram-se em plena atividade as emissoras de televisão.
Eu ia dar a este artigo o título da impossibilidade e ilegalidade de se censurar o que sopra no sistema da Internet. Mas pareceu-me que o acontecimento de hoje em Porto Alegre dá bem o exemplo concreto da diferença que separa, nos casos críticos, os telejornais e as redes sociais. É preciso considerar que as redes de televisão encontram-se no ar ininterruptamente as 24 horas do dia.
É só acioná-las para que se obtenha a confirmação de uma matéria mais sensível, pode-se separar o que é falso e o que é verdadeiro. Através desse processo tudo será esclarecido. Uma simples questão d pouco tempo.
24 de janeiro de 2018
24 de janeiro de 2018
Pedro do Coutto
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