"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

TEMER, PADILHA E MOREIRA APRESENTAM SUAS DEFESAS À CCJ NESTA QUARTA-FEIRA

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Charge do Sinovaldo (Jornal VS)
O presidente Michel Temer passou o domingo em reuniões com ministros para traçar a estratégia na Câmara nesta semana quando a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República começa a tramitar, de fato, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Temer se reuniu com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) — que também são denunciados na mesma peça acusatória — e o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). Segundo interlocutores, a defesa de Temer será apresentada na quarta-feira, assim como as de Padilha e Moreira.
Os advogados estão conversando entre si para que isso ocorra. A data foi confirmada por um dos participantes do encontro no Palácio do Jaburu. Temer e os ministros monitoraram a situação do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que não cedeu às pressões da ala rebelde do PSDB e disse ao Globo que ficava como relator. O presidente e os ministros comemoraram o fato de Bonifácio “estar firme” como relator.
REAÇÃO DE TUCANOS – A reação de parte do PSDB à escolha de Bonifácio irritou Temer e os ministros. No encontro no Jaburu, ficou decidido que o mapeamento na CCJ será reforçado e que Temer manterá a estratégia de receber os parlamentares. Ontem, Temer também se reuniu com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “O que estão fazendo com o Bonifácio é desrespeito” — afirmou um interlocutor do presidente.
Bonifácio de Andrada disse que foi escolhido pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para a tarefa e que só ele, e não o PSDB, pode decidir sobre relatoria. Bonifácio destacou que “não dá bola” para as críticas de colegas tucanos. Os chamados “cabeças pretas” do PSDB estão irritados, assim como ocorreu na primeira denúncia contra Temer, com a escolha na época do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) para ser relator.
“Sei que há observações contra (a minha escolha), por razões partidárias. Há atitudes justas e injustas, mas não se tem que dar bola para isso. Há conflitos de ordem política, estamos vivendo situação muito conturbada. Fui designado pelo presidente da CCJ e, como membro da comissão, sou obrigado a aceitar. É a ele que cabe me manter ou não” — disse Bonifácio.
ALA REBELDE – O relator afirmou ainda que já conversou com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e que voltará a falar com ele hoje ou amanhã. A ala rebelde do partido insiste em pressionar Bonifácio. O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (ES), marcou para amanhã uma reunião da bancada.
“O deputado deveria abrir mão da relatoria. Mas pelas declarações, já disse o contrário. Trípoli deveria retirá-lo da CCJ. Essa situação do PSDB está chegando a um nível insustentável” — reclamou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).
A base aliada defendeu Bonifácio. “Esses cabeças pretas são, na verdade, cabeças ocas. Se querem atrapalhar o país, pelo menos não se associem a uma denúncia ridícula como essa” — disparou o vice-líder do governo na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Escolher um relator caricato como Bonifácio Andrada é um ato inexplicável. Parece que o presidente da CCJ, Ricardo Pacheco (PMDB-MG), sabendo que os deputados serão “comprados”, decidiu esculhambar o processo desde o início, e por isso escolheu justamente um aliado de Aécio Neves, depois de ter escolhido um relator independente na primeira denúncia, o deputado Sérgio Zveiter. De toda forma, é difícil entender a nova escolha de Pacheco, por não ser inteligível. (C.N.)


04 de outubro de 2017
Cristiane Jungblut
O Globo

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