"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

CARDEAL ALEMÃO CHAMA O PAPA DE "MARXISTA" E O DESAFIA PARA UM DEBATE

Resultado de imagem para gerhard muller
Müller critica o Papa pela “metodologia marxista”
Depois de desafiar o Papa para um debate formal sobre o conteúdo da exortação apostólica “Amoris laetitia”, o cardeal Gerhard Müller já tem desfechado outros golpes retóricos. O mais contundente: que Francisco, em seu pontificado, ao fazer distinções tão marcantes entre a doutrina e a prática pastoral, sucumbiu a um enfoque essencialmente “marxista” baseado em um “dualismo entre a teoria e a prática”.
Falando com o National Catholic Register, o ex-prefeito da Doutrina da Fé tomou a liberdade de discutir as diferenças, a partir do seu julgamento, entre os pontificados de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, por um lado, e o de Francisco, por outro. Os três primeiros papas, segundo o purpurado alemão, tomaram do magistério de Pedro um estilo no qual “deram resposta à todas as questões modernas e à gênese do mundo moderno”, perguntas sobre as quais eles “deram boas explicações”. O Papa Bergoglio, apesar disso, “pensa que sua contribuição não é essa, porque [ele busca] um enfoque pastoral a partir do chamado Terceiro Mundo”.
“BOAS INTENÇÕES” – Um enfoque em que “os pobres são fundamentais para a Nova Evangelização” e que Müller qualifica como tendo uma “intenção muito boa”. No entanto, também trouxe consigo uma nova atitude, na qual o Santo Padre “não quer apenas discutir a permissividade de alguns pontos da doutrina, mas também dar mais importância às boas intenções, à positividade, dizendo que o Evangelho está a favor da vida, e não apenas contra o aborto, por exemplo”.
Segundo Müller, qual é o problema disto tudo? Na Igreja “temos a relação inseparável entre a fé e a vida, a graça e o amor, e não o dualismo entre a teoria e a prática”. Distinguir entre estas últimas se constituiria em um “enfoque marxista”.
“Nossas categorias não são a teoria e a prática, mas a verdade e a vida”, prosseguiu o purpurado, em uma observação que se torna um ataque ao papa que, especialmente em ‘Amoris laetitia’, tentou distinguir precisamente a doutrina de sua aplicação, em casos concretos.
ERRO DE PAULO VI – Mas não é que, segundo Müller, a exortação “Amoris laetitia” tenha sido o único meio pelo qual o Papa Francisco tentou aplicar sua metodologia “marxista” na vida da Igreja. Em outra instância, seria a de ter continuado o “erro” que Paulo VI cometeu ao equiparar a Congregação para a Doutrina da Fé (historicamente, o mais importante dos órgãos do Vaticano) com as outras diversas Congregações. Além disso, diz que Francisco errou ao ter aumentado a visibilidade e o poder da Secretaria de Estado, decisão que Müller considera ter deixado a Doutrina da Fé ainda mais debilitada.
“A verdade”, argumentou Müller, “é que a Doutrina da Fé é mais importante do que as demais [Congregações] porque a fundação da Igreja não é a política, mas a fé”, tornando a fazer uma crítica que já havia lançado a Francisco algumas vezes: de que, como papa, ele se preocupa mais com as questões terrenas do que as da fé.
AÇÃO POLÍTICA – “A Secretaria de Estado”, continuou o purpurado, “tem o trabalho de organizar os núncios apostólicos, promover a paz e a liberdade entre os Estados, fomentar a justiça social, etc.”. E ainda que este seja um papel “muito importante”, disse Müller, com o Papa Francisco esqueceu-se que “a Igreja não é uma organização política; não é uma organização social; não é uma ONG”.
E quais são as outras consequências deste “dualismo” marxista do Papa Francisco, segundo Müller? Não apenas que ele causou, em certo sentido, a atual polêmica sobre a “Amoris laetitia”, mas que ele a continua exacerbando. Além disso, pelo fato de que já não há “nenhuma ideia clara do status eclesiológico da Igreja romana na forma de congregação de cardeais e da Cúria romana”, a última, que não é meramente “um aparato funcional ou burocrático”.
LIVRE PARA CRITICAR – Por mais que o ex-Prefeito da Doutrina da Fé não creia que seja necessário pôr diretamente a culpa no papa por esta “confusão”, ele acredita que Francisco “está autorizado por Jesus Cristo para superá-la”.
“Não quero lhe criticar [a Francisco], publicamente ou em privado”, suavizou Müller. “Mas sou livre para dizer o que acredito que seja para o bem da Igreja”. A partir disso, o cardeal alemão aconselha a estratégia de distinguir entre o que é a doutrina oficial da Igreja e o que [o papa] está dizendo em suas opiniões particulares. “Estas opiniões particulares do papa precisam ser respeitadas porque são as opiniões e as palavras do Santo Padre, mas ninguém é obrigado a aceitar acriticamente tudo o que ele diz, por exemplo, sobre as questões políticas ou científicas”.
Acerca do lugar na Igreja merecido pelos divorciados e pelas pessoas que tornaram a se casar, também é motivo de críticas de Müller, que cobra “a necessidade de mais esclarecimentos” antes que os fiéis possam aceitar conscientemente os ensinamentos que a exortação apostólica contém.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Muito importante a reportagem enviada por Lionço Ramos Ferreira, mostrando o cardeal Müller é o novo líder do reacionarismo no Vaticano. O mais curioso é que foi o “marxista” Francisco que promoveu a cardeal o “reacionário” Müller, que sonha em fazer a Igreja Católica andar para trás até mergulhar numa nova era de trevas. Diante desta situação, devemos rogar que Deus defenda Francisco e tenha piedade da alma maldita deste cardeal alemão(C.N.)


04 de outubro de 2017
Cameron Doody
Religión Digital

Nenhum comentário:

Postar um comentário