"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

PIADA DO ANO: PADILHA DEFENDE NOMEAÇÃO DE MOREIRA, QUE LHE TIROU ABRIBUIÇÕES







Falando à CBN, Padilha fingiu que não aconteceu nada
O ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha disse nesta sexta-feira (3/3), que a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República, com status de ministro, teve objetivo de oferecer a ele, que comanda o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), um trânsito melhor no exterior nas iniciativas do governo de buscar recursos para o País. Em entrevista à Rádio CBN, Padilha argumentou que o governo precisava de alguém que se apresentasse em nome de ministro de Estado para essas visitas.
Padilha reconheceu que a medida confere foro privilegiado a Moreira, cujo nome foi citado na Lava Jato, e negou que o caso se assemelha ao da indicação, no ano passado, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil, pela então presidente Dilma Rousseff, e que acabou suspensa no dia seguinte pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Lula não estava no governo (quando foi indicado). Moreira já estava agindo como ministro. Apenas recebe agora o título. É uma grande diferença, sim”, afirmou.
TUCANO NA ÁREA – Padilha também comentou sobre a decisão de Temer de indicar o tucano Antônio Imbassahy para a Secretaria de Governo em vez de um político do PMDB. Segundo ele, a escolha do presidente teve o objetivo de consolidar o apoio do PSDB ao governo e afirmou que o partido de Temer será recompensado com outros cargos.
O ministro do Casa Civil ainda ressaltou que a base governista se fortaleceu ainda mais com os resultados das eleições para a presidência e o restante dos cargos das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Mas disse que o Planalto ganharia de qualquer forma com o pleito legislativo, uma vez que a disputa era dentro da base.
PREVIDÊNCIA – Padilha voltou a afirmar que a reforma da Previdência deve ser aprovada até 30 de junho e que as mudanças na legislação trabalhista devem acontecer ainda antes desse prazo. Ele reforçou a necessidade da alteração das regras da aposentadoria e disse acreditar que a baixa popularidade do tema entre a população não deve atrapalhar sua aprovação, embora admita que irá encontrar resistência. “Essa mudança também atinge os parlamentares, que vão para o regime geral, então vai ter resistência”, ponderou.
O ministro afirmou que a reforma da Previdência “já está precificada”. “O valor das ações de Petrobras, do Banco do Brasil, da Eletrobras, a variação da Bolsa de Valores, tudo isso considera a reforma já aprovada, já com ajuste fiscal. Isso também tem que ser considerado por aqueles que olham com uma visão mais equidistante.”
LAVA-JATO – Com relação à Lava-Jato, o ministro avaliou que as investigações não devem interromper os planos do governo.
“A Lava-Jato não é impedimento para avançar nas reformas. Delações citando membros do governo por si só não provam nada e não trazem instabilidade. Estamos prestigiando a Lava-Jato e teremos uma mudança significativa para melhor na forma de fazer política no Brasil”, disse Padilha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Só pode ser pegadinha ou Piada do Ano. Um repórter faz longa entrevista com Eliseu Padilha, como se o ministro ainda fosse o todo-poderoso do Planalto, e esquece de lhe perguntar sobre a redução dos poderes da Casa Civil, que ficou politicamente reduzida a zero, com a ascensão de Moreira Franco como braço-direito de Temer. O jornalista deve ter sido contagiado pela doença da ministra Grace Mendonça, que ganhou o apelido de “esquecidinha da AGU”, porque até agora não encontrou um HD externo para copiar os inquéritos já concluídos da Lava Jato e mover ações indenizatórias para recuperar os recursos públicos desviados. (C.N.)

05 de fevereiro de 2017
Deu no Estadão

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