De duas uma: a morte do ministro do STF Teori Zavascki foi crime ou fatalidade? Relator de um processo que configura o maior escândalo dos tempos atuais, ele era um alvo ostensivo para todos os possíveis mandantes que possam ter forjado um acidente aéreo que demorará um pouco para ser elucidado.
A investigação prometida também poderá ser honesta ou catimbada. Como eventuais beneficiados por um desastre aéreo, é possível identificar pessoas ligadas à empreiteira Odebrecht, Petrobras, senadores e deputados (já punidos ou a serem punidos) e empresas grandes ou pequenas relacionadas às investigações.
Como se sabe, o relator era já responsável por várias prisões e descréditos políticos e econômicos. Substituí-lo, em cima da hora, não deixa de ser uma temeridade moral.
Tem razão Sergio Moro quando confessa que a Operação Lava Jato seria uma natimorta tentativa de punir os responsáveis, alguns já na cadeia, outros a caminho dela. Não haveria o processo da Lava Jato se não fosse o relator no Supremo, agora morto ou assassinado.
PRECEDENTES HISTÓRICOS – Esse é um desafio para a investigação. Há precedentes históricos, em que crimes suculentos foram transformados em pizzas igualmente suculentas. Por ora, não se pode culpar ou absolver os políticos ou empresários que teriam interesse em eliminar o homem que poderia botar muita gente atrás das grades.
São muitos os casos em que a verdade foi manobrada pelos culpados, principalmente quando poderosos suspeitos estão manipulando no sentido de servirem o formidável escândalo dentro de outro escândalo. Até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, empossado na última sexta (20), o papa Francisco ou o Cristo Redentor poderiam ser os culpados.
23 de janeiro de 2017
Carlos Heitor Cony
Folha
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