O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, mostra que o ano de 2016 não acabou. “Inacreditável. 2016 não acaba. É a era de Aquarius ao inverso”, disse Janot à Folha, no velorio de Teori, em Porto Alegre (RS).
Ministros do Supremo como Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffoli compareceram ao velório. Emocionado, Toffoli disse que não é o momento de discutir como ficará o trabalho de Teori na corte. “É uma perda pessoal que nos abala e que estamos ainda sofrendo bastante.”
Responsável pela indicação de Teori ao STF, a ex-presidente Dilma Rousseff, está em viagem à Espanha e não compareceu. Temer chegou no início da tarde, junto com os ministros Alexandre de Moraes (Justiça) e José Serra (Relações Exteriores), além do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
SITUAÇÃO DELICADA – A jornalistas, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo de Tarso Sanseverino defendeu no velório que o sucessor de Teori na relatoria seja escolhido antecipadamente entre um ministro do próprio tribunal para evitar uma “situação politicamente delicada”. Ele disse ainda que seria uma “solução bem razoável” que a própria Cármen Lúcia assumisse a Lava Jato.
O professor Danilo Knijnik, da faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul disse que a morte de Teori é “um vazio que não será preenchido, mas não será esquecido”. Lembrou que o ministro se formou em Direito, fez mestrado e doutorado na universidade federal e também lecionou na instituição.
TRISTEZA – O clima na cidade natal de Teori, Faxinal dos Guedes, no oeste catarinense, é de tristeza, segundo o prefeito Gilberto Ângelo Lazzari (PMDB), que compareceu ao velório.
“Em uma cidade de pequeno porte, quando morre alguém tão importante, é uma tristeza e comoção total”, contou Lazzari à Folha. Faxinal dos Guedes tem 10.758 habitantes e Teori morou na cidade até a adolescência. Ele se mudou para Porto Alegre aos 18 anos, em 1966.
23 de janeiro de 2017
Catia Seabra, Letícia Casado, Gustavo Uribe e Paula Sperb
Folha
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