A morte de um personagem central no momento político nacional, no auge da operação mais emblemática já vista no país, suscitou imediatamente um rol de teorias para a causa do acidente aéreo, até aqui sem lastro em evidências concretas. Tudo amplificado pelas redes sociais. A desconfiança “virtual” é de que o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki não foi vítima de um acidente, mas sim de um atentado.
NAS REDES SOCIAIS – As investigações estão sob responsabilidade da Aeronáutica e da Polícia Federal, que ainda não revelaram, por exemplo, o conteúdo da caixa de voz, fundamental para elucidar o acidente. A aeronave ainda será retirada do mar pelo Grupo Emiliano, dono do aparelho que caiu em Paraty, por determinação da Aeronáutica, amparada em legislação descrita em nota oficial. Não há prazo para o término dos trabalhos, mas os julgamentos proliferam na rede.
Para a psicóloga do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP Luciana Ruffo, essas teorias cresceram rapidamente porque encontraram amparo num sentimento social forte, de que a Lava Jato está sempre ameaçada por interesses de poderosos. As redes sociais acabam ajudando nesses casos a transformar pensamentos individuais em teses coletivas.
IMAGINÁRIO COLETIVO – “Esse fenômeno cresce quando encontra pontos que estão no imaginário coletivo. Hoje no Brasil a população acredita que há interesse de muitos políticos em acabar com a Lava Jato. Isso está muito forte nas pessoas. Então, quando acontece um acidente como esse, as redes sociais viram terreno fértil para extravasar” — afirma Luciana. Nesses fenômenos virtuais, acrescentou, não há comprometimento com a credibilidade das fontes.
“Basta um pescador ter dito que viu fumaça saindo da turbina do avião para isso virar comentários de que o avião foi alvo de uma bomba e por aí vai” — diz a psicóloga.
BUSCA DE ELEMENTOS – “Na verdade, muitas pessoas vão buscar elementos que comprovem a teoria delas e ignoram aqueles que são discordantes. Isso é reflexo da imaturidade do brasileiro no uso das redes sociais — comentou a pesquisadora de mídia social Fernanda Musardo.
As duas especialistas acreditam que o fenômeno ainda continuará nas redes por algum tempo e não há como impedi-lo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria de Silvia Amorim é excelente e verdadeira, pois até agora não há qualquer evidência de atentado, todas as teorias conspiratórias se baseiam no fato de se tratar do relator da Lava Jato. Mas a reportagem tem uma lacuna, porque não menciona que as especulações estão sendo incentivadas também por muitos jornalistas, que têm reforçado as teorias conspiratórias “sem lastro em evidências concretas”, conforme o texto da excelente repórter da Organização Globo, que está fazendo a mais completa cobertura do episódio, com destaque para Fernanda Grael, do Jornal Nacional.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria de Silvia Amorim é excelente e verdadeira, pois até agora não há qualquer evidência de atentado, todas as teorias conspiratórias se baseiam no fato de se tratar do relator da Lava Jato. Mas a reportagem tem uma lacuna, porque não menciona que as especulações estão sendo incentivadas também por muitos jornalistas, que têm reforçado as teorias conspiratórias “sem lastro em evidências concretas”, conforme o texto da excelente repórter da Organização Globo, que está fazendo a mais completa cobertura do episódio, com destaque para Fernanda Grael, do Jornal Nacional.(C.N.)
23 de janeiro de 2017
Silvia Amorim
O Globo
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