O juiz Vallisney de Souza, da Justiça Federal de Brasília, autorizou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, postal, bancário e fiscal de Geddel Vieira Lima e dos demais investigados da operação “Cui Bono”, realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira. A expressão “Cui Bono”vem do latim e significa “A quem beneficia?”. Mas o juiz Vallisney de Souza Oliveira negou o pedido feito pela Polícia Federal para que fosse feita uma ação de busca e apreensão na residência funcional de Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira Lima e candidato a vice-presidente da Câmara dos Deputados.
No despacho que autorizou a operação Cui Bono, Vallisney autoriza os pedidos de busca em todos os endereços citados pela PF “com exceção do endereço apontado como residência funcional do deputado Lúcio Vieira Lima, em razão de sua prerrogativa de foro, considerando inclusive que Geddel Vieira Lima não ocupa mais cargo público federal em Brasília”. Não há no despacho qualquer outra menção a eventual envolvimento de Lúcio Vieira Lima no esquema.
Agentes da PF cumpriram pela manhã mandado de busca e apreensão em um imóvel do ex-ministro, em Salvador, e na sede da Caixa, que fica em Brasília. Os policiais chegaram ao condomínio de Geddel por volta de 6h e saíram com uma maleta nas mãos. A PF investiga esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica entre 2011 e 2013. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa no período investigado pela PF. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão no Paraná e em São Paulo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) está envolvido no esquema, mas isso nem poderia ser mencionado pelo juiz. Se o fizesse, o inquérito subiria direto para o Supremo, devido ao foto privilegiado e a impunidade continuaria reinando. (C.N.)
13 de janeiro de 2017
Guilherme Amado
O Globo
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