PARTIDO TENTA SE FIRMAR COMO FORÇA POLÍTICA APÓS DESEMPENHO FRACO
PARTIDO TENTA SE FIRMAR COMO FORÇA POLÍTICA APÓS DESEMPENHO FRACO. FOTO: ABR |
Nascida sob a bandeira da nova política, a Rede Sustentabilidade terá como meta para 2017 construir unidade interna e fortalecer a identidade partidária com o objetivo de pavimentar o caminho para o lançamento da candidatura de Marina Silva à Presidência da República em 2018. O partido completou um ano de existência formal em outubro, mas ainda não conseguiu encontrar a fórmula para atrair os votos dos eleitores cada vez mais insatisfeitos com a política tradicional.
Nas eleições municipais, o partido teve um desempenho aquém do esperado, sem conseguir reproduzir o “efeito Marina” das duas últimas campanhas presidenciais, que terminou as disputas em terceiro lugar. Dos 154 candidatos a prefeitos lançados, a Rede elegeu apenas cinco, nenhum em capital.
Além do fraco desempenho eleitoral, o partido também rachou durante o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. Apesar de a Direção Nacional ter se posicionado a favor do afastamento da petista, dois dos quatro deputados da sigla votaram contra. O único senador da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), foi além e assumiu a comissão de frente de defesa de Dilma no Senado.
Essas divergências fizeram com que um grupo de filiados deixasse o partido após o primeiro turno das eleições, alegando que o grande problema da Rede era a falta de identidade, já que a sociedade não conseguia dizer o que o partido pensava sobre os grandes temas, tampouco identificá-lo no espectro político-ideológico.
Ao fazer um balanço da atuação da Rede, dirigentes e parlamentares minimizaram as críticas. “A Rede ainda está se criando, está criando um ‘jeitão’, não é fácil ser um partido mais horizontalizado. Nesse processo, tem gente que entra, e gente que sai”, disse Pedro Ivo Batista, coordenador de organização.
O porta-voz da Rede, José Gustavo Fávaro Barbosa, diz que a avaliação de que o resultado foi ruim nas eleições de outubro é injusta, por se tratar da primeira eleição do partido. Ele afirma que a sigla não se encaixa em definições do “século 19” e, por isso, não há por que a legenda tentar se enquadrar nos preceitos de direita ou de esquerda.
Referência. Para Randolfe, porém, o partido tem de trabalhar para ocupar o espaço deixado pelo PT e se tornar uma referência da centro-esquerda brasileira. O senador afirmou ainda que, passada a divergência sobre o impeachment, o partido tem procurado “construir mais consensos”. “Há consenso contra a reforma da Previdência, houve contra a PEC do Teto, temos consenso na bandeira ‘Fora, Temer’”, disse, lembrando que o partido defende a cassação do mandato do presidente Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O deputado Alessandro Molon (RJ), por sua vez, afirmou acreditar que 2017 será o ano em que a Rede dará essas respostas à sociedade, já que vai discutir o programa do partido para apresentar nas eleições presidenciais. “Eu compreendo esse desejo de muitos simpatizantes para que a Rede tenha posição logo, mas esse é um processo lento de formação de opinião como partido. Não é fácil, mas em 2017 eu acho que nós vamos dar conta dessa missão”, disse. (AE)
25 de dezembro de 2016
diário do poder
Nas eleições municipais, o partido teve um desempenho aquém do esperado, sem conseguir reproduzir o “efeito Marina” das duas últimas campanhas presidenciais, que terminou as disputas em terceiro lugar. Dos 154 candidatos a prefeitos lançados, a Rede elegeu apenas cinco, nenhum em capital.
Além do fraco desempenho eleitoral, o partido também rachou durante o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. Apesar de a Direção Nacional ter se posicionado a favor do afastamento da petista, dois dos quatro deputados da sigla votaram contra. O único senador da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), foi além e assumiu a comissão de frente de defesa de Dilma no Senado.
Essas divergências fizeram com que um grupo de filiados deixasse o partido após o primeiro turno das eleições, alegando que o grande problema da Rede era a falta de identidade, já que a sociedade não conseguia dizer o que o partido pensava sobre os grandes temas, tampouco identificá-lo no espectro político-ideológico.
Ao fazer um balanço da atuação da Rede, dirigentes e parlamentares minimizaram as críticas. “A Rede ainda está se criando, está criando um ‘jeitão’, não é fácil ser um partido mais horizontalizado. Nesse processo, tem gente que entra, e gente que sai”, disse Pedro Ivo Batista, coordenador de organização.
O porta-voz da Rede, José Gustavo Fávaro Barbosa, diz que a avaliação de que o resultado foi ruim nas eleições de outubro é injusta, por se tratar da primeira eleição do partido. Ele afirma que a sigla não se encaixa em definições do “século 19” e, por isso, não há por que a legenda tentar se enquadrar nos preceitos de direita ou de esquerda.
Referência. Para Randolfe, porém, o partido tem de trabalhar para ocupar o espaço deixado pelo PT e se tornar uma referência da centro-esquerda brasileira. O senador afirmou ainda que, passada a divergência sobre o impeachment, o partido tem procurado “construir mais consensos”. “Há consenso contra a reforma da Previdência, houve contra a PEC do Teto, temos consenso na bandeira ‘Fora, Temer’”, disse, lembrando que o partido defende a cassação do mandato do presidente Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O deputado Alessandro Molon (RJ), por sua vez, afirmou acreditar que 2017 será o ano em que a Rede dará essas respostas à sociedade, já que vai discutir o programa do partido para apresentar nas eleições presidenciais. “Eu compreendo esse desejo de muitos simpatizantes para que a Rede tenha posição logo, mas esse é um processo lento de formação de opinião como partido. Não é fácil, mas em 2017 eu acho que nós vamos dar conta dessa missão”, disse. (AE)
25 de dezembro de 2016
diário do poder
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