"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 25 de dezembro de 2016

COM TRANSFERÊNCIA PARA O PRESÍDIO, CRESCE HIPÓTESE DA DELAÇÃO DE CUNHA EM 2017


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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Atordoados com a delação premiada da Odebrecht, o presidente Michel Temer e assessores deveriam se preocupar também com Eduardo Cunha, um antigo aliado e companheiro de tratativas sigilosas com executivos da empreiteira. Pessoas próximas do ex-deputado veem na decisão do juiz Sergio Moro de transferir Cunha da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para uma penitenciária comum um fator de pressão psicológica para que ele tope delatar, hipótese considerada remota até poucos dias atrás. Sua defesa foi contra a remoção. Pediu que ele ficasse até fevereiro na PF.
Aos raros aliados que lhe restam, Cunha sinalizou que, no caso de ir para um presídio, em condições espartanas e regras de visita rígidas, as chances de negociar delação crescem. Sobretudo porque se esgotam as tentativas de soltura — o STJ já negou pedido de habeas corpus.
PESO DA DELAÇÃO – Nas palavras de um amigo, o cálculo do peemedebista é de curto prazo, de semanas, porque o ex-deputado avalia que seu poder de fogo depende da força do governo de Michel Temer: quando mais fraco estiver, menos peso terá uma delação.
Temer vive hoje o pior momento no Planalto desde que assumiu. Anunciou um catado de medidas microeconômicas até relevantes, mas que estão longe de tirar o país da recessão. Sua popularidade despenca ladeira abaixo, segundo pesquisas.
A possibilidade de Cunha implicá-lo na Lava Jato em 2017 deve causar temor de iguais proporções das delações da Odebrecht já reveladas.
DICA DE CUNHA – Reportagem de Marina Dias e Bela Megale, na Folha, mostrou, por exemplo, o que estava por trás da pergunta de número 34 das 41 que Cunha fizera ao presidente, arrolado como sua testemunha de defesa.
Cunha mandou recado, expondo reunião com Temer, um lobista e um ex-executivo da Odebrecht. Em um presídio, poderá transformar mais perguntas em relatos de supostas participações do presidente e de aliados em outros episódios nebulosos.

25 de dezembro de 2016
Leandro Colon
Folha

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