"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 25 de dezembro de 2016

PASTOR QUE RECEBEU REPASSE DE PROPINA DE EDUARDO CUNHA É MUITO AMIGO DE TEMER



Temer, Manoel e Samuel no aniversário do pastor 
A Polícia Federal quer saber se o pastor Samuel Ferreira tinha conhecimento ou não se que R$ 250 mil que recebeu de Eduardo Cunha era propina obtida a partir de desvios e achaques na Petrobras. Houve uma triangulação de repasses de propinas com a igreja evangélica Assembleia de Deus, fundada pelo pastor Manoel Ferreira, ex-deputado federal, que é pai de Samuel Ferreira, que preside a Assembleia de Deus do Ministério Madureira, no Rio de Janeiro.
NA CONTA DA IGREJA – A “doação” que Eduardo Cunha fez à igreja rendeu frutos. E muito além da evangelização, educação e ação social típicas das instituições religiosas. Os autos da Operação Lava-Jato também se multiplicaram. Primeiro, o deputado tratou de repartir a última parte de seu butim de US$ 5 milhões em propinas acertadas com os lobistas Júlio Camargo e Fernando Baiano. O primeiro deveria depositar R$ 250 mil na conta da Assembleia de Deus do Ministério Madureira.
Revelada a trama, sobrou para o pastor Samuel Ferreira. Ele passou a responder a um inquérito por suspeita de lavagem de dinheiro. O caso está agora com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. A PF verifica se o pastor tinha conhecimento ou não de que o dinheiro recebido era propina obtida por Cunha a partir de desvios e achaques na Petrobras.
LOBISTA E FARISEU – Quando o deputado Eduardo Cunha foi cassado pela Câmara, em setembro de 2016, sua fé foi lembrada duas vezes no plenário da Casa, dessa vez associada não a votos, mas a controvérsias criminais.
Filha de um ex-aliado e inimigo mordaz de Cunha, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) não perdoou a relação de fé que, a contragosto, mantém com o adversário. Ao discursar na sessão, disse que o peemedebista fazia papel de “caixeiro viajante”, “fariseu”, “lobista” e “psicopata”.
“O terceiro papel desempenhado pelo deputado é o de fariseu, porque ele teve a coragem de colocar carros luxuosos, comprados com dinheiro de propina, em nome de uma empresa fundada por ele, chamada Jesus.com”, apontou Clarissa. Os fariseus eram uma espécie de casta de sacerdotes judeus que, no tempo de Jesus Cristo, no século I, falavam o que deveria ser feito, mas praticavam o contrário, desprezavam a essência da fé em Deus e ainda se apegavam a tradições irrelevantes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A investigação é perda de tempo, não vai acontecer nada ao pastor, que simplesmente dirá que todo igreja aceita doações, o que é rigorosamente verdadeiro. Só por curiosidade, informamos que o presidente Temer diz ser amigo do pastor Manoel Ferreira há 35 anos e costuma participar das festas de aniversário dele, em São Paulo. Aliás, Samuel Ferreira foi um dos escolhidos pelo presidente para “abençoar” sua posse no Planalto, quando Temer assumiu interinamente, em maio. O pastor Samuel Ferreira fez então um pedido, que Temer imediatamente atendeu, pois um de seus primeiros atos foi mandar o ministro José Serra conceder passaporte diplomático ao filho do criador da Assembleia de Deus, justamente o pastor Samuel Ferreira, que já era investigado na Lava Jato, e à mulher dele, chamada Keila. Como dizia nosso amigo Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe(C.N.)

25 de dezembro de 2016
Eduardo Militão
Correio Braziliense

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