Em entrevista a O Globo, o presidente Michel Temer defendeu a existência de apenas dois ou três partidos, mas acentuou que o problema da cláusula de barreira é exclusivo do Congresso.
Prevê-se que não sairá do palácio do Planalto nenhum projeto de reforma política, sequer para juntar-se às centenas de outros que tramitam no Congresso, de origens variadas. Os mais recentes presidentes da República opinaram, geralmente no mesmo sentido, mas na hora de materializar o desejo comum, refluem, lavam as mãos e saltam de banda.
A conclusão é de que permanecerão no mínimo 35 partidos, sendo 25 funcionando no Legislativo. Nenhum dos chefes do Executivo ousou chamar a si a obrigação de viabilizar o óbvio, pela simples razão de necessitarem de cada voto dos grandes e dos pequenos partidos em apoio a seus projetos.
Abusam ao máximo do troca-troca, sempre que discordam de seus partidos de origem ou se encontram na ante-sala de sua expulsão.
Mil sugestões têm sido produzidas em série, abrindo-se espaço para a mais recente, que trata da convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para promover ampla reforma da Constituição, com espaço para mudanças políticas de vulto.
Trata-se de sonho de noite de verão, porque mesmo eleitos à margem dos atuais deputados e senadores, os constituintes exclusivos jamais aprovariam mecanismos para mutilar-se.
Sendo assim, continuaremos à mercê da balbúrdia e até da corrupção dos partidos de aluguel e sucedâneos, pois há muitos outros em formação.
14 de setembro de 2016
Carlos Chagas
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