Os desdobramentos de duas reuniões iniciadas na noite de domingo, 11, resultaram na segunda-feira no placar de 450 deputados a favor da cassação de Eduardo Cunha e apenas 10 contra. O resultado foi se consolidando após o Planalto abandonar Cunha e liberar a base para votar pelo fim de seu mandato. O Estado apurou que o estopim do desembarque foi uma ameaça direta de Cunha ao presidente Michel Temer. O recado, em tom de ameaça, era sobre a possibilidade de Cunha contar “a quem quisesse ouvir” detalhes das reuniões mantidas com Temer para afinar a aceitação do impeachment de Dilma Rousseff.
Enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reunia políticos e jornalistas na residência oficial, aliados de Cunha conversavam no escritório do advogado Renato Ramos. Estavam presentes, além de Maia, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e outros políticos. Todos comiam pizza quando o telefone de Maia tocou. A ligação partia de um dos convivas da outra reunião.
MENSAGEIROS – Convicto de que a reunião de Maia era um sinal do que o esperava na votação do dia seguinte, Cunha pediu para que dois de seus aliados fossem até a residência oficial para saber se o presidente da Câmara manteria a palavra de abrir a sessão somente com 420 deputados presentes. Maia confirmou que daria seguimento à votação apenas com esse quórum, mas informou que, em caso de tentativa de postergação, iniciaria a sessão com mais de 300 presentes.
Ao saber do posicionamento de Maia, já na madrugada da segunda-feira, 12, Cunha teria ficado nervoso. Na manhã de segunda, o clima piorou. Segundo aliados, Cunha fez a ameaça direta a Temer e acabou abandonado pelo Planalto.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tradução simultânea: se Cunha ameaçou contar, é porque realmente deve ter acontecido a reunião com Temer para combinar o impeachment. Se houve mesmo a reunião e Cunha puder provar, vai ser uma festa para os petistas. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tradução simultânea: se Cunha ameaçou contar, é porque realmente deve ter acontecido a reunião com Temer para combinar o impeachment. Se houve mesmo a reunião e Cunha puder provar, vai ser uma festa para os petistas. (C.N.)
14 de setembro de 2016
Fabio SerapiãoEstadão
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