Por mais que nos deblateremos sobre a crise econômica, politica, financeira, ela tem suas raízes nos valores éticos e morais de uma sociedade solapada pela corrupção. Uma década perdida e milhares de denúncias que se
deflagram diariamente,em camaras municipais, em assembleias legislativas, em empresas públicas e privadas, tornando a vida do cidadão comum inviável e sofrível, notadamente pelo forte desemprego e desaceleração da
indústria que ao lado do setor de comércio e serviços todos capengam sem ter luzes no horizonte.
Bem importante é desenharmos na teoria e colocar em prática um Brasil incorruptível que é tema do atual governo no modo de adotar o lema ordem e progresso. Se não jogarmos para a fogueira plena e total com punição exemplar os corruptos e corruptores tudo será mera quimera e não terá o condão de ressuscitar nossa cambaleante situação no cenário nacional e tampouco no internacional.
Passados os momentos dos jogos no Rio de Janeiro um levante dos governadores se faz próximo, já que com o pires na mão reivindicam dinheiro pois que o serviço público está parado,cadeias sem agentes penitenciários, carros e viaturas policiais sem combustíveis, além de milhares de obras paralisadas Brasil afora.
Eis o triste e canhestro retrato de um País que foi carcomido dia e noite pela chaga da irresponsabilidade fiscal, das despesas públicas e dos privilégios de uma casta política desorganaizada, sem respeito algum para com a cidadania e que merece ser defenestrada.
As eleições municipais nos despertam o pior dos sentimentos, saímos de um moment de ojeriza política e somos tratados como cidadão sem classe e somente com obrigações de pagar impostos e recolher as nossas contribuições,por tais razões os hospitais estão sucateados, faltam medicamentos e a segurança pública é um convite à bandidagem e macrocrimanlidade.
Como sairemos da encruzilhada poucos ou quase ninguém saberá dizer, mas a forma de se criar um País incorruptível é a melhor de todas,5% do nosso produto interno bruto é perdido por meio de propinas e desvios e menos de um por cento recuperado,precisamos acabar com o futebol diário e com artistas ganhando milhões, jogadores de pelada e mais grave ainda nossos políticos com benefícios diretos e indiretos rindo da nossa cara e jamais prestando contas do que fazem, aliás nada realizam exceto se apresentam a cada quatro anos com projetos sonhadores e mirabolantes para enganar a cidadania.
A sociedade civil ludibriada e exposta ao maior vexame da nova república fica indignada com os movimentos e o desassossego que ronda gerações, milhares de brasileiros deixaram o País e vieram no exterior a chance única de ter cidadania digna e vida de respeito. Necessitamos muito mais
do que privatizar, trazer fundos estrangeiros, melhorar o sistema de saúde e os falidos planos que somente cobram e recusam qualquer atendimento,gerar na consciência e na mentalidade de cada cidadão um fiscal vigoroso que combata sem tréguas e denuncie a corrupção, vantangens indevidas e milhares de cargos comissionados com esbanjamento do dinheiro público.
O Brasil incorruptível é a única chance, a derradeira alternativa e o momento mais adequado para darmos um grito de liberdade e rompermos com tradição secular de nos conformarmos com nossa classe política. Mereceriam bem a guilhotina uma forte revolução dos usos e costumes aqueles não vocacionados para o bem e interesses públicos.
A mudança, a transformação e um novo Brasil dependem de cada um de nós e da força imorredoura da luta pela reconstrução de um País moral, ético e definitivamente incorruptível,sem tardança e de modo transparente.
16 de setembro de 2016
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laercio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
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