Mais do que a nova derrota, foi o placar estampado no painel do Senado que selou o destino da presidente afastada, agora tornada ré no processo de impeachment em que é acusada por crime de responsabilidade fiscal.
Com a goleada de 59 votos a favor do prosseguimento do processo e 21 contra, Dilma Rousseff não tem mais chances de voltar ao seu cargo no Palácio do Planalto, faltando dois anos e meio para a conclusão do segundo mandato, que deverá ser completado pelo vice Michel Temer, atual presidente interino.
Como bastam 54 votos no julgamento decisivo previsto para o final deste mês, o jogo acabou para Dilma. Fecham-se as cortinas do longo ciclo do PT no poder central, como diria o lendário locutor esportivo Fiori Gigliotti.
Na votação do “juízo de pronúncia”, que terminou na madrugada desta quarta-feira, sob o comando do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, Dilma teve um voto a menos (caiu de 22 para 21) do que em maio, quando foi decidido seu afastamento, e os defensores do impeachment ganharam quatro (foram de 55 para 59). Não tem volta.
SEM VOLTA – Só um tsunami político pode mudar o placar do Senado nas próximas duas semanas, quando os mesmos senadores votarão pela última vez neste processo, que já dura mais de 100 dias.
Dos 81 senadores, 80 já declararam e justificaram seus votos na sessão que começou na manhã de terça-feira (só o presidente da Casa, Renan Calheiros, se absteve de votar). O que os faria mudar de posição?
Se ainda havia alguma dúvida sobre o resultado desta votação, bastava ver o desânimo dos derradeiros apoiadores de Dilma Rousseff no plenário do Senado, durante todo o dia, e na Avenida Paulista, no final da tarde.
NA CONTRAMÃO… – Cerca de 1.300 manifestantes da CUT e do MST fecharam mais uma vez a principal avenida da cidade e agitaram suas bandeiras, mas ninguém mais prestava atenção aos seus gritos contra o golpe.
Só serviram para atrapalhar o trânsito e atrasar a volta dos trabalhadores para suas casas. Foi o epílogo de um melancólico fim de feira.
É página virada, vida que segue.
(Artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)
É página virada, vida que segue.
(Artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)
12 de agosto de 2016
Ricardo Kotscho
Notícias R7
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