"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

SANTANA NÃO DEU DEPOIMENTO PARA MORO. ELE JOGOU UM JOGO DE PROPAGANDA.



As notícias andam dizendo aí que João Santana deu um depoimento a Sérgio Moro. 
A esposa do marqueteiro também. É mais ou menos isso. Tecnicamente foi um depoimento. Mas na prática foi o exercício de uma técnica de propaganda. 
Observem alguns frames:


(1) Todos fazem isso

(2) 98% das empresas fazem isso

(3) Precisamos passar tudo a limpo

(4) Fiz, é errado, eu sei, mas é bom que tudo seja passado a limpo

(5) 98% das campanhas do Brasil utilizam caixa dois


Mas o momento que deveria se tornar um “clássico” foi esse:

“se todos que já foram remunerados com caixa dois no Brasil fossem tratados com o mesmo rigor que eu, era para estar aqui, atrás de mim, uma fila de pessoas que chegaria a Brasília. Uma muralha humana capaz de concorrer com a muralha da China. Capaz de ser fotografada por qualquer satélite que orbita em torno da terra”.

Isso aqui não foi um depoimento. Foi a execução de uma técnica de propaganda que pode ser definida como “todos fazem” na tentativa de se livrar de uma sujeira. 
Basicamente, é o modelo de narrativa que Santana confeccionou para o PT após o partido ter sido pego em tantos escândalos de corrupção.

David Horowitz lembrava: 
“Se você está mal, a melhor alternativa é envenenar a reputação do outro, a ponto de que os eleitores percebam que não possuem outra alternativa a não ser você”. 
Em termos amplos, a execução da técnica de Santana tem algo a ver com isso.

Pergunte a Santana se ele coletou provas para comprovar o que disse? Neca de pitibiriba. Mas para a propaganda de Santana qual a importância dos fatos?

Se Moro estiver consciente de que o marqueteiro do PT tentou enrolá-lo com o mesmo nível de propaganda (suja) que ele ensinou Dilma a fazer para o eleitor, Santana deve sofrer punição ainda maior.

Até porque tentar fazer o juiz de palhaço não é uma boa opção para quem quer se ver livre de ficar em cana.

25 de julho de 2016
ceticismo político

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