"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

JANOT VAI DECIDIR A DELAÇÃO DE VALÉRIO, QUE ACUSA MEMBROS DO GOVERNO TEMER


Os promotores que analisam a proposta de delação premiada feita pelo empresário Marcos Valério confirmaram que o operador tanto do mensalão tucano quanto do petista citou políticos que atualmente têm foro privilegiado. “Surgiu a possibilidade de ele apontar fatos envolvendo pessoas de foro especial”, disse João Medeiros, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Minas, sem revelar os nomes citados.
João Medeiros e Eduardo Nepomuceno explicaram que a Promotoria enviou ao procurador-geral de Justiça de Minas, Carlos André Mariani Bittencourt, um ofício para que a Procuradoria Geral da República, comandada por Rodrigo Janot, seja acionada sobre a intenção de Valério.
Segundo Medeiros, a investigação agora aguarda um posicionamento de Janot para anunciar se o Ministério Público de Minas Gerais prosseguirá com a negociação da delação de Valério. Marcos Valério pretende dar informações em troca de redução de pena. “Temos informação da Procuradoria-Geral da República de que o nosso documento já está lá. Aguardamos retorno”, disse Medeiros. O promotor disse que é preciso ter cautela com a questão.
TRÊS POSSIBILIDADES – Segundo o promotor, existem três possibilidades: Janot pode informar que não tem interesse no material; pode pedir que o processo seja todo enviado para Brasília e que só depois Minas apure os fatos relacionados à alçada do Ministério Público estadual; ou ainda – o que para os promotores seria o melhor dos cenários – pode propor que os dois órgãos compartilhem da delação e apurem os fatos simultaneamente.
Ainda de acordo com o promotor, interessam ao Ministério Público “todos os vínculos contratuais das empresas dele (Valério) com órgãos públicos, com vínculo municipal ou com o Estado”.
O promotor não confirma nem desmente informações já publicadas por O Tempo de que Valério irá relatar esquemas que vão além do praticado para a reeleição do então governador Eduardo Azeredo, já condenado a 20 anos e dez meses de prisão. Esse fato gerou o mensalão mineiro. Um deles seria a realização de empréstimos do Banco Rural para bancar imóveis de dois tucanos mineiros.
MENSALÃO MINEIRO – O promotor Medeiros explicou que “o ponto de partida é o processo que está aqui, o mensalão mineiro”. A seu ver, no processo já há provas suficientes para condenar o empresário. Segundo ele, Valério terá que prestar informações novas.
O advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior, aguarda com expectativa o retorno da iniciativa do Ministério Público. Segundo o defensor, Valério citará, inclusive, políticos do governo interino de Michel Temer (PMDB). “São pessoas do atual e do antigo governo”.

25 de julho de 2016
Tâmara Teixeira
O Tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário