"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

BRASILEIROS PREFEREM TEMER A DILMA

"Um governo eleito não pode ser derrubado. Nem pela violência. Nem por artimanhas jurídicas" DILMA ROUSSEFF


Números do Datafolha são positivos para Temer. Tome-se como positivos para o presidente interino, Michel Temer, por de fato serem, os resultados da pesquisa nacional do instituto Datafolha realizada nos dias 14 e 15 de julho e que ouviu 2.792 eleitores em 171 municípios. 
Temer elegeu a economia como prioridade de seu governo. Montou uma equipe econômica que nem a presidente afastada Dilma Rousseff ousou criticar até aqui. Está se dando bem.

SÃO MUITOS os indicadores oferecidos pela pesquisa de que os primeiros 60 dias do governo provisório valeram a pena para Temer. 
O índice dos que consideram sua gestão ótima ou boa é de 14% - um pontinho percentual acima dos que pensavam o mesmo da gestão de Dilma no início de abril último. A reprovação, contudo, é bastante inferior à que amargava Dilma antes de ser afastada do cargo.

O GOVERNO de Temer é avaliado como ruim ou péssimo por 31% dos entrevistados. Em abril, 65% avaliavam como ruim ou péssimo o governo de Dilma. 
A diferença é explicada, segundo o Datafolha, pelos que acham a gestão Temer regular (42%) e pelos que achavam regular (24%) a gestão de Dilma. 
Pelo menos 13% não souberam dizer o que acham da gestão Temer.

EM ABRIL, quando Dilma ainda governava o país, o Datafolha mediu as expectativas dos brasileiros sobre um eventual futuro governo Temer. As expectativas eram de que seria um governo ruim ou péssimo para 38% dos consultados. 
Agora, o percentual dos que continuam pensando assim caiu para 31%. As expectativas de que o governo seria regular subiram nove pontos, de 33% para 42%.

MELHORARAM AS EXPECTATIVAS dos brasileiros sobre o futuro da economia do país e sobre sua situação pessoal, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2014. 
Eles estão mais confiantes na queda da inflação, na diminuição do risco de ficar desempregados e no aumento do poder de compra. O Índice Datafolha de Confiança registrou avanços em cinco dos sete indicadores que o compõem.

EM DEZEMBRO DE 2014, dois meses após a reeleição de Dilma, apenas 9% viam a corrupção como o principal problema. 
A corrupção, agora, é citada espontaneamente como o principal problema por 32%. Compreensível, dada às investigações da Lava-Jato. 
Depois vêm a saúde (17%), desemprego (16%; índice mais alto desde março de 2009), violência e falta de segurança (6%) e educação (6%).

PARA DILMA, e os que apostam no seu retorno ao cargo, a pesquisa trouxe más notícias. O afastamento definitivo dela é defendido por 58% dos brasileiros. Só 35% se opõem à saída. Há ainda 3% que declaram ser indiferentes e 3% não opinaram. Em abril, 61% defendiam o afastamento e 33% eram contrários. As variações ocorreram praticamente dentro da margem de erro da pesquisa.

À PARTE A POSIÇÃO de cada um sobre o impeachment, 71% acreditam que Dilma será afastada de vez da Presidência, contra 22% que não acreditam. 
Entre a volta dela e a permanência de Temer até 2018, 50% imaginam que o melhor para o país seria a segunda opção. A primeira opção (volta de Dilma) seria o melhor para o país na opinião de apenas 32% dos pesquisados.

O QUADRO ELEITORAL para 2018 permanece muito indefinido. Quando confrontados com qualquer lista de candidatos, 25% dos eleitores respondem que no primeiro turno votariam em branco ou nulo. 
Lula lidera as simulações de primeiro turno, mas perderia para Marina Silva ou José Serra no segundo. Ele é o candidato mais rejeitado: 46% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.


18 de julho de 2016
Ricardo Noblat, O Globo

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