Pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, descobriram que os hormônios do estresse aumentam a propagação do câncer ao afetar o sistema linfático, rede de vasos sanguíneos que transporta o linfa através do corpo.
De acordo com experimento feito em ratos, cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (1º) na revista britânica “Nature”, há provas que confirmam que o estresse está associado a um aumento de mortalidade nos pacientes com câncer e a níveis avançados desta doença em animais.
Em trabalhos anteriores já tinha sido constatado que os hormônios do estresse podem afetar a formação dos vasos sanguíneos, importantes na extensão de doenças. O sistema linfático ainda pode fomentar a difusão do câncer, mas até agora não estava claro se isso estava relacionado ao estresse.
A pesquisadora Erica Sloan e demais estudiosos da Universidade de Melbourne afirmaram que os hormônios do estresse afetam o sistema linfático, podendo dar lugar à extensão de células cancerígenas em ratos. Eles estudaram cinco roedores através de uma série de experimentos, a partir dos quais demonstraram que o estresse aumenta tanto o número quanto o diâmetro dos copos linfáticos associados aos tumores.
Com um microscópio especial, os autores comprovaram que os hormônios do estresse aumentam o fluxo de nanopartículas fluorescentes, que localizam células tumorais, através do sistema linfático. Ao bloquear a atividade de proteínas que detectam o estresse ou aquelas que facilitam a formação de copos linfáticos, os cientistas puderam reduzir a difusão de células cancerígenas nos ratos.
Conforme os cientistas, esta descoberta pode ser útil para ajudar a conter a extensão das células que podem desenvolver uma doença oncológica.
02 de março de 2016
ucho.info
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