"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 4 de julho de 2015

TEMER DEVE SAIR PARA SE PRESERVAR DA CORRUPÇÃO DO PLANALTO


Brasília - A Dilma não tem mais condições de administrar o país. O escândalo entrou de porta adentro do Planalto com as informações dos delatores de que engordaram a campanha dela com somas milionárias roubadas da Petrobrás. Com apenas 9% de popularidade, como mostram todos os institutos de pesquisas, a presidente não tem mais o apoio popular e nem político. Deve-se a isso a anunciada retirada de Michel Temer da articulação política do governo. Aliás, o vice, um político experiente, caiu na esparrela do PT ao se juntar ao grupo do Planalto agora coberto de lama. Edinho Silva e Aloizio Mercadante, os dois homens de confiança da presidente, estão enrascados depois das novas delações dos empreiteiros e do doleiro Youssef, de que o dinheiro roubado da Petrobrás foi parar nas contas das campanhas do Lula e da Dilma.

Michel Temer deu um prazo até agosto para deixar a articulação do governo. Alega que o PT não atende as demandas dos políticos desautorizando-o a falar em nome do governo. Na verdade, a bagunça dentro do Palácio do Planalto é tão grande que ninguém sabe quem manda. O único consenso lá dentro é de quem não manda: a presidente. A saída de Michel Temer está sendo articulada pela cúpula do PMDB. Os caciques do partido acham que a solução constitucional passa pelo vice, caso a Dilma seja obrigada a deixar o poder e, por isso, querem preservar desde já a imagem dele que virou uma espécie de chefe do departamento de pessoal da Dilma.

O ex-presidente Lula participa ativamente dessa conspiração. Assim como os peemedebistas, ele também acredita na governabilidade sem a Dilma no poder, desde que a solução não fira a constituição, a exemplo do que ocorreu com Fernando Collor. Caso isso ocorra, existem duas hipóteses: a anulação das eleições pelo TSE se comprovado a fraude eleitoral nas prestações de contas da Dilma e o impeachment. Na primeira hipótese, Michel também iria junto. Na segunda, ele assumiria a presidência e tentaria reorganizar o país, hoje inadministrável diante de tanta incompetência da Dilma e da corrupção que mela o governo.

O PMDB, aliado fortíssimo da presidente, seria o partido a jogar a última pá de cal na sua sepultura política. E seus integrantes, os principais caciques, se animaram com a possibilidade de tirá-la do poder depois da conversa com o Lula, insatisfeito com a falta de comando do país. Transborda também de raiva quando acusa a companheira de não mover uma palha para livrar a sua cara e dos seus amigos petistas do envolvimento com os principais empreiteiros do país. É um poço de mágoa, e se acha traído. Foi o que disse aos peemedebistas numa conversa reservada. Ora, entre ter uma presidente que descambou na opinião pública e não segue o seu roteiro e ter um partido confiável no poder, ele trabalha com a segunda hipótese. Por isso passou a trabalhar junto ao PMDB para derrubar a Dilma.

Mas muita água vai rolar sob essa ponte ainda. Com o escândalo dentro do Planalto, a presidente perdeu a moral para falar que combate a corrupção, quando na sua antessala existem dois ministros da sua confiança atolados com ilegalidades nas campanhas. Além disso, ela também está envolvida no dinheiro roubado da estatal que foi parar na sua campanha e na compra da refinaria de Pasadena, um negócio de lesa pátria que deixou o país l bilhão de reais mais pobre. Não dá para falar de corda na casa de enforcado, portanto, presidente, a senhora daria uma grande alegria a 91% da população do país se espontaneamente entregasse o cargo antes de ser expurgada dele.

04 de julho de 2015
Jorge Oliveira

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