"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 4 de julho de 2015

METODOLOGIA




O sistema prisional do país foi recentemente qualificado pela autoridade por ele responsável, o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, como verdadeira escola do crime, consequência não só da precariedade dos presídios como da falta de investimentos no setor. 

Trata-se, portanto, de uma confissão de incompetência não só da sua pasta, como do governo de seu partido, há 12 anos no poder. 

Com o risco de acentuar essa atuação desastrosa, o Sr Cardozo,  numa performance de caráter puramente político, alinhada com o Planalto e inadequada a um Ministro de Estado, pressionou os parlamentares, ao tentar convencê-los  a votarem contra a redução da maioridade penal - no que foi aparentemente bem sucedido- usando  como principal argumento o de que a aprovação colocaria no esgotado sistema carcerário mais 40000   presos, o que o levaria ao colapso. 

Ora, como a PEC, se aprovada, consideraria como criminosos indivíduos entre 16 e 18 anos, que cometessem crimes  hediondos, há que considerar um dos seguintes cenários: ou o ministro estima que 40000 menores nessa faixa, ainda livres, serão envolvidos em delitos graves, ou alguns, talvez a maioria, hoje apreendidos, já os cometeram e deverão ser condenados às prisões comuns, estando o restante ainda impune, nas ruas, prontos para praticá-los, ambas as hipóteses apavorantes para a já angustiada sociedade. 

Está na hora, assim. do Ministro, em nome de uma mínima coerência, vir  a público e explicitar a metodologia usada para chegar a este número, sob risco de engrossar a aura de incompetência que está caracterizando a sua administração.

04 de julho de 2015
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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