"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de julho de 2015

SITUAÇÃO DE DILMA ESTÁ RUIM NO TCU E NO TSE, DIZ AYRES BRITTO



Ayres Britto abriu o jogo no programa “Roda Viva”
Ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto disse no programa “Roda Viva”, na segunda-feira, que a situação da presidente Dilma Rousseff “não está boa” em nenhuma das instâncias em que ela é investigada.
Assinalou que, para o TCU (Tribunal de Contas da União), a petista cometeu irregularidades na prestação de contas do governo em 2014, ao dar as pedaladas fiscais, que configuram crime de responsabilidade. No próximo dia 21, ela deverá justificar as manobras à corte.
Britto disse que em outra frente, a Justiça Eleitoral, a situação também é complicada, porque o TSE está apurando, a partir de ação proposta pelo PSDB, se houve crime na campanha que reelegeu Dilma. Lembrou também que delatores da Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, já falaram em irregularidades na arrecadação feita pelo PT. Youssef já depôs ao TSE e Ricardo Pessoa deve fazê-lo neste mês.
NÃO HÁ GOLPISMO
Ayres Britto foi questionado se, caso fosse advogado da presidente, qual dos dois casos o preocuparia mais.
“Pelo andar da carruagem, a situação não está boa em nenhuma das duas instâncias”, respondeu, evitando avançar nas considerações.
O ex-ministro discordou da avaliação de Dilma e do PT de que a atitude da oposição, ao falar em impeachment, seja golpista.
“Ninguém está blindado contra qualquer tipo de investigação. Eu não vejo perigo de golpe se as instituições controladoras do poder, o Ministério Público, a própria cidadania, o TCU, se todas essas instituições atuarem nos limites da Constituição, não há que se falar em golpe.”
Ayres Britto ponderou, contudo, que ainda não vê provas jurídicas suficientes para um crime de responsabilidade da presidente – condição para um processo de impedimento.
MANDIOCA
Ayres Britto disse ainda que considera a delação premiada “uma conquista importante”, ao contrário de Dilma, que disse recentemente que não confia em delatores.
“Eu saúdo a colaboração premiada, muito mais do que a mandioca”, brincou, em referência a recente discurso da presidente, em que disse o seguinte: “Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.

07 de julho de 2015
Deu na Folha

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