"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de julho de 2015

AÉCIO: NÃO HÁ COMO CALAR A SOCIEDADE NEM AS SUAS INSTITUIÇÕES REPRESENTATIVAS


Artigo publicado na Folha de São Paulo, hoje, pelo presidente reeleito do PSDB, Aécio Neves, intitulado "Desafio".

 A retórica desconexa e o raciocínio enviesado da presidente Dilma brindaram os brasileiros recentemente com o uso inapropriado de duas palavras duras --delação e traição. Sobre a primeira nem há o que falar --o instrumento da delação premiada é legal e está inserido nas normas democráticas. 

Quanto à traição, ainda que não se discuta a legitimidade da presidente para tocar no assunto, afinal não se tem memória de um governante que tenha traído tão profundamente os que nele acreditaram, é preciso anotar a infelicidade da fala. Basta dizer que ao comparar o senhor Ricardo Pessoa a Joaquim Silvério dos Reis, a presidente terminou por comparar o ex-tesoureiro do PT João Vaccari a Tiradentes, o que demonstra no mínimo o absurdo do pensamento. 

Estamos vivendo um dos piores períodos de nossa história republicana. As contas públicas, a inflação, a produção industrial, o mercado de trabalho, as obras do PAC, nada resistiu ao monumental conjunto de erros protagonizados pelo governo petista. À incompetência gerencial se soma o oportunismo político, a miopia ideológica e o desapreço pela transparência, para temos pronta a receita do caos. Eis o Brasil do PT. 

É preciso, no entanto, reconhecer que o país tem hoje, a favor da preservação da governabilidade, um sólido aparato institucional. Instituições como o Congresso, o Ministério Público, o STF e as demais instâncias do Judiciário atuam com independência e responsabilidade para assegurar a plenitude do Estado de Direito e dos preceitos constitucionais. 

Esse é o avanço da democracia que devemos saudar e respeitar. Quando o PT tenta interferir nas ações da Polícia Federal, o partido dá um péssimo exemplo de como devem ser pautadas as relações institucionais no país. Não há mais como calar a sociedade, muito menos suas instituições representativas. 

A verdade é que vivemos tempos ruins, agravados a cada dia pelo atual governo, que mentiu e ainda mente, aumentando o índice de desconfiança de empresários, investidores e trabalhadores. É nesse contexto que o PSDB realizou no domingo (5) a sua convenção nacional, reafirmando compromissos com os brasileiros. Em um encontro repleto de emoção, líderes e militantes de todos os cantos do país trouxeram a sua mobilização intransigente em favor da democracia, da luta por um país mais justo e igualitário, do compromisso com a ética e o interesse público. 

A sociedade brasileira está ávida pela boa política. Os partidos da oposição têm o apaixonante desafio de aprofundar a interlocução com a população e responder ao enorme desejo de participação de milhões de cidadãos mobilizados e indignados. É esse o caminho a trilhar, com coerência, transparência e respeito, sem desvios ou concessões.

07 de julho de 2015
in coroneLeaks

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