O governador de Minas Fernando Pimentel (PT) entrou com uma petição junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o órgão investigue “vazamento de informações” relacionadas à operação Acrônimo, da Polícia Federal, que investiga o petista em um suposto esquema de desvio de recursos públicos para abastecer sua campanha ao governo do Estado no ano passado.
A informação foi confirmada à reportagem pelo advogado de Pimentel na ação, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O STJ não confirmou o recebimento da petição, nem a abertura de uma investigação sobre o assunto porque o processo corre em segredo de Justiça. “O ministro já disse que não vai falar a respeito”, informou a assessoria de imprensa do tribunal.
CHEFE DA ORGANIZAÇÃO…
Na última sexta-feira a revista “Época” publicou trechos da investigação em que a Polícia Federal classifica Pimentel como “chefe de organização criminosa”. A reportagem da revista também mostra uma nota fiscal referente a uma viagem que o governador teria feito em novembro de 2013 com a esposa Carolina Oliveira a um resort no litoral baiano e que teria sido custeada pelo empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, suspeito de lavagem de dinheiro. A conta teria sido de R$ 12 mil e a PF investiga se Pimentel recebeu “vantagens indevidas” de Bené.
“Os vazamentos foram criminosamente preparados contra o governador”, ataca o advogado criminalista que pediu, ainda, acesso aos documentos que baseiam a investigação. Para Kakay, há “distorções no inquérito”.
SEGUNDA FASE
A Polícia Federal deflagrou na última quinta-feira a segunda fase da operação Acrônimo. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais – dentre eles o escritório particular de Pimentel localizado no bairro da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A PF pediu autorização para realizar buscas na residência oficial do governador, o Palácio das Mangabeiras, mas teve o pedido negado. Na primeira fase da operação, a PF realizou buscas em um apartamento utilizado por Carolina, em Brasília.
O governador de Minas se manifestou sobre o caso na última quinta-feira, durante a cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) Paulo Cézar Dias. “Não bastasse a arbitrariedade cometida dias antes contra mim e a minha mulher, com a invasão de seu apartamento em Brasília, utilizando mandado expedido a partir de premissas falsas, querem agora externar esse abuso, esse arbítrio, ao território de Minas”, afirmou.
01 de julho de 2015
Lucas Pavanelli
O Tempo
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