"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 30 de junho de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

O Samba do Brasil Doidão





Se o sapientíssimo Sérgio Porto pudesse ressuscitar, Stanislaw Ponte Preta seria obrigado a reescrever o Samba do Crioulo Doido. A obra prima repaginada se chamaria "O samba do Brasil doidão". A situação anda tão louca que nem precisa de impeachment da Mulher Sapiens que virou fã da mandioca. Do financiamento ilegal da campanha (denunciado por empreiteiros na Lava Jato) até a pedalada fiscal criminosa, Dilma Rousseff já se autoimpediu. E tome mandioca!

Plagiando Stanislaw, Dilma é, literalmente, uma "Erradinha do Lalau". O desgoverno dela supera qualquer "Festival de Besteiras que assola o País". A Presidenta Porcina, que já era sem nunca ter sido Presidente, é uma Febeapá ambulante. Pior que ela só o $talinácio. Agora, o mais grave de tudo. O satírico Stanislaw seria forçado a rebatizar seu livro. A máquina de fazer doido teria de se chamar "A máquina de fazer doidão".

O motivo é elementar. Que o governo brasileiro é uma droga a maioria sempre soube e constata facilmente na presente conjuntura. A estrutura capimunista do Brasil é uma droga maior ainda. O problema é que tem algo cheirando pior ou fedendo muito por aqui. O mais recente estudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), avaliando o período de 2001 a 2012, constatou que foi daqui do Brasil que saiu a maior quantidade de cocaína apreendida no mundo. Há dez anos somos o corredor preferido para escoar para o resto do mundo a droga que se supunha originária nos países andinos.

Um dos estudiosos do assunto derruba um mito de que a cocaína vem de fora. O ex-secretário nacional de política sobre drogas, o juiz Wálter Maierovitch, adverte que a folha de coca vem dos países andinos, mas o processamento ocorre aqui no Brasil. Ou seja, no País da impunidade ampla, geral e irrestrita, o comércio ilegal de drogas se consolidou. O motivo? A governança oficial do crime institucionalizado viabilizou o crescimento de todos os negócios fora da lei. Assim, o tráfico de drogas faz parte integrante do sistema de corrupção política e lavagem de dinheiro.

O esquema é manjado. Só não enxerga quem está se locupletando com tanta doideira. É fácil constatar que grana lavada com o comércio ilegal de drogas retroalimenta a violência urbana. Não é tão simples enxergar que o mesmo dinheiro sujo pode ser facilmente lavado no financiamento de campanhas políticas e em grandes empreendimentos. A mesma grana também pode "gerar riquezas" e se transformar em negócios nos países para onde a droga é preferencialmente exportada, como Portugal, Espanha e países lusófonos do continente africano.

Precisa desenhar? De onde vem a grana que banca e dá lucro a tantas empreiteiras transnacionais em países miseráveis? Basta "seguir o dinheiro" - como sempre recomenda, cuidadosamente, o juiz Sérgio Moro, na metodologia para pegar bandidos. O problema é que fazer isto na investigação do narcotráfico se torna, rapidamente, uma ação não-recomendável. A própria Lava Jato, em sua origem, começou a detectar as relações entre corrupção, política, lavagem de grana e tráfico de drogas. "Ordens superiores" ou "forças ocultas" fizeram o assunto morrer no nascedouro.

Ninguém deve se esquecer que a relação entre ação política-ideológica e o negócio das drogas é umbilical na América Latina, Caribe e África. Quem se aprofundar nas biografias do famoso Pablo Emílio Escobar Gavíria vai encontrar elementos que comprovam tal ligação. O modelo pensado por Escobar, inclusive, foi usado, claramente, na gestação, em 1990, do Foro de São Paulo. A inteligência das Forças Armadas cansou de alertar que a entidade fundada por Fidel Castro e pelo companheiro Luiz Inácio Lula da Silva também agrupou grupos narcoguerrilheiros em suas fileiras.

O negócio é explosivo e merece estudo e investigações muito sérias. Novamente, o obstáculo prático. Quem tem condições de cumprir tal missão. Nem o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) pode ir tão longe. Até porque não se pode supor que a lavagem transnacional do dinheiro de drogas não passe por grandes instituições financeiras. Na hora que a apuração da sacanagem chega aos grandes bancos e seus tentáculos em paraísos fiscais, a ordem para o abafamento vem automaticamente.

O modelo ficou tão manjado que precisa ser alterado. Para piorar, o negócio do crime perdeu o controle sobre a maluquice radical dos grupos terroristas - que também operam os lucrativos tráficos de pessoas, órgãos e armas, além das drogas. Quem criou os monstros agora não dá conta de neutralizá-los. E tem outro aspecto cinicamente pragmático no processo de guerra ao crime transnacional. As famosas "guerras ao terror e aos tráficos" movimentam bilhões de dólares em um modelo comercial que não tem o menor interesse em solucionar definitivamente o problema, mas sim manter o tal "combate permanente" ao custo de bilhões.

Enquanto isso, quem dança é o ser humano. A prevalência do uso de drogas no mundo permanece estável. Cerca de 243 milhões de pessoas, ou 5% da população global entre 15 e 64 anos de idade, usaram drogas ilícitas em 2012. Usuários de drogas problemáticos, por outro lado, somaram por volta de 27 milhões, cerca de 0,6% da população adulta mundial, ou 1 em cada 200 pessoas. Os números estão no recém divulgado Relatório Mundial sobre Drogas 2014 da ONU.

Por tudo isto, é literalmente uma droga ter um desgoverno doidão e corrupto no Brasil. Só não somos uma potência mundial por falta de poderio bélico atômico das forças armadas e porque não temos um povo bem atendido por Educação e Saúde. Já em capacidade de produzir alimentos, minérios e água somos imbatíveis. Agora, não interessa para a estabilidade da economia e da utópica paz mundial que o Brasil "contribua" como o maior centro distribuidor de drogas do Planeta.

Eis o motivo essencial para que muitas drogas sejam banidas da política brasileira no curtíssimo prazo. Formalmente, a perdida Dilma não cairá porque o governo dela é uma droga. Ela será "trocada" porque o sistema precisa substituir suas marionetes. Neste cenário é que deveria demonstrar capacidade de intervenção a Elite Moral do Brasil - se é que ela existe de verdade - não só na ficção do discurso dos grupos no maravilhoso mundo virtual.

O desgaste total da Dilma (ou de qualquer Zé Mandioca que ocupar a Presidência do Brasil) não tem mais volta. Por isso, os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira (tomara que eles demonstrem força para atingir a hegemonia) têm uma chance única de botar ordem para o progresso do País. Só não pode incorrer no erro de sempre. Nada resolve - e ainda pode piorar o problema - implantar uma ditadura (por mais esclarecida que seja) para substituir a atual.

A hora da decisão nunca esteve tão próxima. O impasse institucional se agrava como nunca antes na história deste País. Os três poderes, altamente desgastados, batem cabeça. A maioria da sociedade, alarmada com a violência e afetada pela crise (que combina carestia, inflação e desemprego), aumenta a tensão e dá sinais de que pode perder a paciência a qualquer momento. A tendência é de conflito. A barbárie e o caos estão apenas começando. O desfecho no day after é imprevisível.        
Enfiando


Entendimentos


Piração geral


Mestre Cartola, explique o motivo...



30 de junho de 2015
 Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. 

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