"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 30 de junho de 2015

NÃO HÁ SALVAÇÃO NA NEGAÇÃO E MUITO MENOS NO DESARMAMENTO


"Não há salvação para o homem honesto, a não ser esperar todo o mal possível dos homens ruins."
Edmund Burke

Como já disse algumas vezes, o cheiro de sangue inocente causa verdadeiro frisson entre os desarmamentistas, e isso fica mais uma vez comprovado com o recente ataque de um jovem racista à uma igreja nos EUA.
Dylann Roof sentou-se calmamente entre o rebanho do Rev. Clementa Pinckney e ali ficou aproximadamente uma hora antes de abrir fogo contra mulheres, homens e idosos absolutamente indefesos. Imediatamente, Obama e outros desarmamentistas correram aos ávidos repórteres para falar sobre armas e como os EUA eram uma nação violenta e racista. Centenas de reportagens foram geradas e exibidas e da boca deles nem uma só linha, nem uma só palavra de alguns fatos que narro a seguir.
Uma das nove vítimas fatais foi o próprio Rev. Pinckney, que também era senador estadual pelo partido Democrata no estado da Carolina do Sul. Foi ele, como senador estadual e líder religioso, um dos principais responsáveis, em 2011, pela rejeição de uma lei que permitiria que pessoas frequentassem armadas igrejas e outros locais naquele estado. Em defesa da proibição, Clem, como era chamado, afirmava que pessoas armadas em igrejas trariam riscos aos outros frequentadores e que a paz não poderia ser garantida por meio da violência.
Dylann Roof, que guarda mórbida semelhança com outro assassino, o jovem perturbado Adam Lanza, era declaradamente racista, defendia a hegemonia branca nos EUA, tinha também duas passagens pela polícia, uma por posse de drogas e outra por invasão. Informações que ele teria sido expulso de um grupo neonazista por ser excessivamente violento não corroboram com a descrição de pessoa calma e amável de alguns amigos mais próximos. Mas quem declararia “sim, ele era violento, racista, um verdadeiro psicopata, mas era meu amigo?” Difícil acreditar nas descrições...
A lei da Carolina do Sul manteve então a proibição do porte de armas para qualquer pessoa dentro de igrejas, entre outros locais. E os frequentadores, óbvio, respeitavam a lei. Dylann Roof, não. Não só essa, como também a que proíbe qualquer pessoa que tenha envolvimento com drogas e crimes de possuir armas, sejam compradas ou fruto de presente, como parece ser o caso dessa, uma vez que o tio afirmou que o pai do assassino havia lhe presenteado com uma pistola quando ele completou 21 anos. O pai, conivente com um filho problemático – para dizer o mínimo – também quebrou a lei e pode ser condenado, merecidamente, a 10 anos de prisão.
As lições, mais uma vez, são claras e dolorosas: não há proteção na negação; loucos e criminosos não seguem a lei; as forças de segurança do Estado só estarão lá para recolher os corpos e atender os feridos - caso haja algum sobrevivente -, e, principalmente: a inexistência de um cão pastor zelando pelo rebanho sempre será um convite aos lobos: "o banquete está servido".
30 de junho de 2015
Bene Barbosa
 é especialista em segurança, autor do livro Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

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