Algumas cabeças ilustres da República tiveram, ontem, que dar satisfações a Lula, o ex-presidente que não desencarna nunca do papel que hoje cabe a Dilma.
O motivo? A convocação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e uma espécie de contador da família Silva, pela CPI que finge investigar a roubalheira na Petrobras.
O governo tem folgada maioria na CPI desde que o PMDB se comporte ali como ele quer. Há dois dias, a turma do PT faltou a mais uma sessão da CPI. E o PMDB resolveu dar uma traidinha.
Foi o que bastou para que a oposição aprovasse a quebra do sigilo do ex-ministro José Dirceu e da empresa de consultoria dele. E chamasse Okamotto para depor.
Espera-se que Okamotto, que conhece Lula melhor do que a própria Dona Marisa, fale sobre as relações do Instituto Lula e do próprio Lula com empreiteiras que prestaram serviços à Petrobras.
Lula ficou furioso. E o primeiro a sentir o peso da sua fúria foi o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Lula foi ríspido com ele. Temer também se disse surpreendido pela convocação de Okamotto.
“Você não sabe que há uma campanha de destruição de minha imagem?” – perguntou Lula a Temer. “Como o PMDB deixou que a CPI chamasse Okamotto?”.
Temer transferiu as perguntas para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Eduardo respondeu que não sabe o que houve. Irá se informar.
Em Salvador, onde participa do 5º Congresso do PT, Lula reuniu-se com Rui Falcão, presidente do partido, com o líder do governo na Câmara, José Guimarães, e com o relator da CPI.
Tomou satisfações. E exibiu que o partido não deixe que coisas assim voltem a acontecer. Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, queixou-se da falta de articulação política do governo.
O articulador político do governo é Temer. Deixará de ser caso seja bem-sucedida a campanha movida contra ele pelo ministro Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil da presidência da República
Para Mercadante, o governo deveria nomear um ministro unicamente para cuidar da articulação política. Temer que continue cuidando da aprovação pelo Congresso do ajuste fiscal.
Dilma assegura que Temer continua prestigiado. Mas ninguém dentro do PMDB acredita que Mercadante seja capaz de dar um único passo sem o sinal verde de Dilma. Logo...
13 de junho de 2015
Ricardo Noblat
O motivo? A convocação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e uma espécie de contador da família Silva, pela CPI que finge investigar a roubalheira na Petrobras.
O governo tem folgada maioria na CPI desde que o PMDB se comporte ali como ele quer. Há dois dias, a turma do PT faltou a mais uma sessão da CPI. E o PMDB resolveu dar uma traidinha.
Foi o que bastou para que a oposição aprovasse a quebra do sigilo do ex-ministro José Dirceu e da empresa de consultoria dele. E chamasse Okamotto para depor.
Espera-se que Okamotto, que conhece Lula melhor do que a própria Dona Marisa, fale sobre as relações do Instituto Lula e do próprio Lula com empreiteiras que prestaram serviços à Petrobras.
Lula ficou furioso. E o primeiro a sentir o peso da sua fúria foi o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Lula foi ríspido com ele. Temer também se disse surpreendido pela convocação de Okamotto.
“Você não sabe que há uma campanha de destruição de minha imagem?” – perguntou Lula a Temer. “Como o PMDB deixou que a CPI chamasse Okamotto?”.
Temer transferiu as perguntas para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Eduardo respondeu que não sabe o que houve. Irá se informar.
Em Salvador, onde participa do 5º Congresso do PT, Lula reuniu-se com Rui Falcão, presidente do partido, com o líder do governo na Câmara, José Guimarães, e com o relator da CPI.
Tomou satisfações. E exibiu que o partido não deixe que coisas assim voltem a acontecer. Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, queixou-se da falta de articulação política do governo.
O articulador político do governo é Temer. Deixará de ser caso seja bem-sucedida a campanha movida contra ele pelo ministro Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil da presidência da República
Para Mercadante, o governo deveria nomear um ministro unicamente para cuidar da articulação política. Temer que continue cuidando da aprovação pelo Congresso do ajuste fiscal.
Dilma assegura que Temer continua prestigiado. Mas ninguém dentro do PMDB acredita que Mercadante seja capaz de dar um único passo sem o sinal verde de Dilma. Logo...
13 de junho de 2015
Ricardo Noblat
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