A nossa economia é controlada em cerca de 60% pelo capital internacional (multinacionais, investimentos nos mercados de capitais, hot moneys etc). Gigantescos fluxos de capitais que entram e saem do País, conforme sua conveniência, e que têm potencial para “desequilibrar toda nossa economia” com certa facilidade.
O governo Dilma I, sem hostilizar abertamente o capital internacional, fez uma política econômica que manteve o desemprego baixo e a inflação dentro do teto da meta de 6,5% ao ano e assim ganhou a eleição presidencial.
Tinha baixado o juro básico Selic para o mínimo de 7,25% ao ano, numa inflação de cerca de 6,5% ao ano (spread de 0,75%aa), forçando o investimento, pois quem não investia com essa Selic perdia dinheiro, congelou preço dos combustíveis e tarifas públicas, reduziu preço da energia elétrica em cerca de 40% (residencial e principalmente industrial), desonerou folhas de pagamentos e pontualmente eliminou impostos como IPI em carros e linha branca etc,, e especialmente aumentou até que pode a expansão do crédito para ativar a demanda, e ampliou o déficit público, que passou de 2,5% do PIB para até 7% do PIB.
Consequente, o endividamento público passou de 55% do PIB para quase 70% do PIB. Isso e muito mais a presidente fez em Dilma I e não conseguiu fazer deslanchar o investimento que faz crescer a economia. Conseguiu, isso sim, que o capital internacional começasse a retirar do Brasil seus investimentos e ameaçar tirá-los maciçamente, se não mudasse a política econômica.
DILMA CAPITULOU
A presidente Dilma capitulou, reconheceu a necessidade de mudança, deu uma guinada de 180º sua política econômica, agora fazendo tudo o que o capital internacional exige para ficar aqui e até vir em maior quantidade, para que nossa economia volte a crescer.
Teremos um ano de recessão (2015), um ano de baixo crescimento (2016) e, se tudo der certo e o capital internacional vier com tudo, haverá um razoável crescimento a partir de 2017. Mas, antes de melhorar, ainda vai piorar (desemprego, inflação etc.) , mas não será uma catástrofe. Já passamos por crises piores.
A economia geralmente trabalha em ciclos (“7 anos de vacas gordas, 7 anos de vacas magras”), agora estamos em período de vacas magras (ajustes fiscais etc.), mas passará, e lá na frente o sol voltará a brilhar, crescimento bom com inflação razoável e desemprego em queda. O período de fortes turbulências deve durar cerca de 2 anos, na melhor das hipóteses.
18 de maio de 2015
Flávio José Bortolotto
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