"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 27 de maio de 2014

PTBRAS II - INSISTENTE DEPENDÊNCIA" EXPECTATIVA x REALIDADE

Gasto da Petrobras com importações deve subir 24% este ano, para R$ 18,8 bi


O aumento do consumo de combustíveis, estimado pelo mercado em cerca de 4% neste ano, vai se traduzir em mais gastos com as importações de derivados, principalmente de gasolina e diesel. Segundo projeções feitas pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), os custos com a compra desses produtos podem subir 24,5% em relação ao ano passado. O montante pode chegar a US$ 18,8 bilhões, maior que os US$ 15,1 bilhões de 2013, já descontados os cerca de US$ 4,5 bilhões referentes às compras externas de 2012 contabilizadas apenas no ano passado.
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) estima que a demanda por gasolina e óleo diesel crescerá 4%, mesmo nível do ano passado. O diretor do CBIE, Adriano Pires, diz que a expectativa é que as importações de derivados somem 462,2 mil barris por dia, 23,3% a mais que os 374 mil barris médios por dia de 2013. O consumo total de combustíveis deve ficar em 2,3 milhões de barris por dia, contra 2,2 milhões de barris um ano antes.
 
Se por um lado a expansão das importações de derivados ainda pesará nas contas da Petrobras, por outro o aumento de 7,5% na produção de petróleo esperado para este ano vai melhorar a geração de caixa da estatal. E para alcançar essa meta, considerada “agressiva” pelo mercado, a Petrobras vem trabalhando desde o ano passado para a instalação de 11 novas plataformas.
 
Segundo a Petrobras, as 11 unidades, que começaram a ser instaladas em janeiro de 2013 e serão concluídas até o fim deste ano, ampliarão a capacidade instalada em 1,3 milhão de barris de petróleo por dia. Esses novos sistemas produzirão até dezembro mais de 650 mil barris de petróleo por dia. A estatal adiantou que somente os campos do pré-sal atingirão a produção recorde de 500 mil barris médios por dia neste ano, chegando a picos de 600 mil barris diários. O recorde de produção no pré-sal, de 470 mil barris diários, foi registrado no último dia 11.
 
— Pode ser que a Petrobras consiga atingir o aumento da produção previsto, de 7,5%, o que vai significar, na realidade, a produção voltar aos patamares de 2011, de cerca de 2 milhões de barris por dia. O governo conta com esse aumento da produção para melhorar o caixa da companhia, para compensar a falta de reajuste de preços dos combustíveis — explica Pires.

PDV pode comprometer novos projetos

Para o ex-diretor da Petrobras Wagner Freire, a produção crescerá em 2014, mas menos do que o projetado pela empresa. Segundo ele, o plano de demissão voluntária (PDV) pode dificultar o gerenciamento de novos projetos:
 
— Apesar de ter ótimos diretores, a dificuldade é o gerenciamento de seus projetos. Com o PDV, em dois anos haverá menos profissionais. E isso pode levar a dificuldades.

André Donha, diretor da KPMG no Brasil, também ressalta a questão operacional como fator determinante para permitir o aumento da produção:
 
— As paradas programadas, que vêm sendo feitas, são essenciais e já estão incluídas no cronograma da empresa. Essa programação é justamente para evitar as paradas corretivas, que são as piores e afetam a produção.
 
Já Claudio Duhau, analista da corretora Ativa, prevê que a produção apresentará melhora nos próximos meses.
 
— Crescer 7,5% é muito difícil, mas dá para chegar. Acho que se crescer 6% neste ano o mercado já vai gostar bastante — diz Duhau.

RAMONA ORDOÑEZ

BRUNO ROSA
O Globo
27 de março de 2014

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