Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no último dia 18 demonstrou que 75,8% dos entrevistados afirmaram ser desnecessários os investimentos realizados para a Copa do Mundo. Nem os gastos com obras de mobilidade urbana, consideradas o maior legado que será deixado aos brasileiros após o Mundial, ficou livre de críticas na pesquisa. Dos participantes, 66,6% não acreditam que as obras ficarão prontas a tempo.
De fato, além de estarem atrasados, os investimentos previstos para a área diminuíram com o passar do tempo. A Matriz de Responsabilidades que chegou a estimar em R$ 12 bilhões as obras de mobilidade urbana em 2012, está agora com apenas R$ 8 bilhões previstos para aplicações no setor. Embora algumas obras tenham sido incluídas na Matriz, cerca de 18 ações foram retiradas entre julho de 2012 e setembro de 2013.
Burocracia, chuvas, disputas judiciais sobre desapropriações, impasse para obtenção de licenças, entre outros, estão entre as justificativas apontadas pelos gestores para o atraso ou cancelamento das obras.No fim do ano passado o Ministério do Esporte afirmou, em nota, que “as obras excluídas da matriz de responsabilidades representam a minoria dos projetos executados e a retirada dessas obras não compromete a realização da Copa do Mundo”. Ainda segundo o órgão, alguns projetos deixaram a matriz mas foram integrados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e serão concluídos.
A construção do Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília, do monotrilho de São Paulo, do corredor exclusivo para ônibus em Salvador e do corredor metropolitano em Curitiba estão entre as obras excluídas da Matriz. Em Manaus, foram retiradas a construção do corredor exclusivo para ônibus e do monotrilho, tornando a cidade a única das sedes que não receberá obras em mobilidade urbana.
Porto Alegre foi a sede que teve mais obras retiradas da Matriz. Dez ações de mobilidade que previam investimentos de R$ 865,5 milhões foram retiradas Matriz, que recebeu duas novas ações relativas a obras no entorno do estádio, orçadas em R$ 15,9 milhões.
(Contas Abertas)
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