"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de dezembro de 2013

"POLÍTICOS NO SAL"

Apenas 3 dos 27 governadores no Brasil têm uma avaliação positiva acima de 50% para suas. Esse é o dado mais eloquente na pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. Dito de outra forma: 24 governadores estão com nota vermelha, reprovados.
 
Nunca o Brasil teve uma avaliação simultânea de seus 27 governadores numa mesma pesquisa. Por essa razão, é impossível dizer se a situação hoje é pior ou melhor para esses políticos em relação a outros períodos. Mas é certo que é sofrível o desempenho atual da maioria.
 
O levantamento do Ibope foi realizado de 23 de novembro a 2 de dezembro. Apurou-se que o governo da presidente Dilma Rousseff tem taxa de aprovação de 43% --também ainda abaixo de 50% e bem longe das taxas estratosféricas pré-manifestações de junho. A aprovação dilmista é parecida aos 41% apurados pelo Datafolha no final do mês passado.
 
Os institutos têm captado, em pesquisas recentes, um certo sentimento difuso a favor de mudanças no país. No Datafolha, 66% dos entrevistados indicaram preferir que o próximo presidente adote políticas em sua maior parte diferentes das ações do atual governo federal petista.
 
A avaliação ruim da imensa maioria dos governadores corrobora esse desejo de mudança geral no país. É claro que seria imprudente concluir de maneira cartesiana que haverá uma limpa completa na eleição de 2014. Ao mesmo tempo, é lícito supor que um político com menos de 50% de aprovação não terá uma vida fácil nas disputas do ano que vem.
 
Quando observados os governadores dos partidos mais influentes do país, PT e PSDB, ninguém tem desempenho exemplar. Os tucanos derrapam em São Paulo. Os petistas estão mal no Rio Grande do Sul e na Bahia. É cedo para conclusões definitivas, mas essa pesquisa do Ibope é um indício extra de que há ainda muito jogo a ser jogado nas várias disputas eleitorais de 2014.

14 de dezembro de 2013
Fernando Rodrigues, Folha de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário