"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

REVELAÇÕES DE PALOCCI AUMENTAM A POSSIBILIDADE DE MANTEGA FAZER DELAÇÃO

Palocci
Palocci deixou Mantega sem possibilidade de defesa
O depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro não apenas fechou o cerco ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como escancarou o racha no PT sobre quem encarnará o “plano B” para a eleição de 2018, caso Lula seja impedido de entrar na disputa. Embora os petistas não admitam em público a possibilidade de a candidatura ser inviabilizada politica ou juridicamente, há grande temor entre alguns dirigentes de que Palocci tenha reunido provas ou indícios do que contou ao juiz Sérgio Moro na quarta-feira da semana passada
Segundo apurou o Estado, se fechar um acordo de delação premiada, Palocci detalhará, com provas, a movimentação financeira de campanhas eleitorais petistas e indicará quando e onde valores foram entregues ao partido e quem foi o responsável pela operação.
ALIVIADO – Ao contrário do que dizem dirigentes do PT e apoiadores de Lula, um advogado e dois amigos de Palocci afirmaram que ele está “lúcido”, “sereno” e “aliviado” com a confissão a Moro.
Há ainda a possibilidade de os relatos de Palocci serem corroborados pelo sucessor dele na Fazenda, Guido Mantega, que também negocia uma colaboração. Ao assumir para Moro que era o “Italiano” nas planilhas da propina da Odebrecht, o petista fez as investigações avançarem diretamente rumo ao ex-presidente e complicou ainda mais a situação jurídica e política de Mantega.
Nos bastidores, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seria o preferido de Lula para concorrer ao Planalto caso ele próprio seja inviabilizado. Há dúvidas, porém, se Haddad terá a “coragem” suficiente, nas palavras de um dirigente, para dar as costas ao discurso ético e defender o partido, um dos mais implicados no maior caso de corrupção da história do País, o dos desvios na Petrobrás. Alguns petistas acham que Haddad pode até apresentar reservas em defender Lula na intrínseca relação de amizade e troca de favores com empreiteiros já condenados pela Justiça.
“DILMA DE TERNO” – Além disso, Haddad é definido por integrantes da cúpula do PT como “Dilma de terno”. Trata-se de uma referência ao que muitos classificam como falta de jogo de cintura política da presidente cassada Dilma Rousseff. Na avaliação de dirigentes da sigla, principalmente os alinhados à tendência majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), tanto Haddad quanto Dilma são “incontroláveis”.
A favor de Haddad, no entanto, pesa a opinião de Lula, que vê numa eventual candidatura do ex-prefeito condições de produzir um discurso sob medida para a classe média e a juventude desencantada.
A atual estratégia do PT, no entanto, ainda consiste em embalar a pré-campanha de Lula com a narrativa de que ele é vítima de “perseguição política”. Na quarta-feira, o ex-presidente será ouvido novamente pelo juiz Sérgio Moro – que já o condenou no caso do triplex -, desta vez no processo referente a propinas pagas pela Odebrecht. A ideia do partido é bater na tecla de que, se Lula não puder ser candidato, a eleição de 2018 não terá legitimidade.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como na peça de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mantega não tem mais alternativa. Se não fizer delação premiada, vai jogar damas com Lula na penitenciária da República de Curitiba. É pegar ou largar(C.N)

12 de setembro de 2017
Deu no Estadão

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