"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

RECORDE HISTÓRICO DA BOVESPA NÃO SIGNIFICA RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA

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Estabilidade política e juros baixos ajudam a alta
Maior expectativa em relação ao crescimento da economia e a aposta de que as reformas podem sair do papel fizeram o Ibovespa bater seu recorde histórico nesta segunda-feira. O índice de ações, o principal da B3 (ex-BM&FBovespa), fechou em alta de 1,69%, aos 74.319 pontos, o maior valor de fechamento desde a criação do indicador, em 1968. Já o dólar comercial fechou em alta de 0,32% ante o real, cotado a R$ 3,105.
Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, afirmou que há uma consolidação do otimismo entre os investidores locais, o que ajuda o índice a ganhar força após a divulgação de indicadores econômicos que indicam uma retomada da atividade e um melhor cenário politico.
FORTALECIMENTO – “Os acontecimentos da última semana (a omissão de informações na delação dos executivos da JBS) foram interpretados pelo mercado como um fortalecimento do governo, o que de certa forma fortalece o andamento das reformas econômicas “— disse.
O recorde anterior do Ibovespa era do dia 20 de maio de 2008, quando fechou aos 73.516 pontos. Hoje também foi batido o recorde de pontuação no “intraday”, que é o quanto o índice atinge durante o horário de negociação.
Na máxima, chegou aos 74.635 pontos, acima dos 73.920 pontos do recorde anterior, em 29 de maio de 2008, poucas semanas após o Brasil receber o seu primeiro “selo” de grau de investimento.
CRESCIMENTO DO PIB – Agora, o Brasil não faz mais parte do grupo de países grau de investimento, mas a alta foi estimulada pela revisão para cima das projeções do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o último boletim Focus, do Banco Central. “Resultados mais fortes de PIB, produção industrial e atividade ajudaram a animar as estimativas”, explicaram os analistas da Yield Capital.
Na esfera política, a prisão do empresário Joesley Batista reduziu as chances de uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Na visão de investidores, isso dá a ele maior governabilidade para tentar aprovar as reformas econômicas, incluindo a da previdência.
“Os mercados que já haviam relegado uma segunda denúncia a segundo plano e esperam que o episódio seja resolvido o mais breve possível para permitir ao governo avançar na agenda das reformas. Nesse contexto, tudo indica que os ativos continuarão reagindo positivamente aos fatos, que nesse momento são positivos para o Planalto”, avaliou, em relatório, Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O assunto requer tradução simultânea, sob dois aspectos. 

1) Não é verdade que o governo esteja “fortalecido” e que isso anime os investidores. Pelo contrário, Temer está sob gravíssimas acusações e não há perspectivas de aprovação fácil da reforma da Previdência, que é vendida como a salvação nacional, enquanto o verdadeiro problema, a dívida pública, segue se agravando. 

2) Também não é verdade que haja fortes evidências de crescimento do PIB (recuperação da economia). Então, o que há? Na verdade, a economia está descolada da política, o que demonstra maturidade e estabilidade, atraindo investimentos ao quinto maior mercado do mundo e ao país de maior potencial de crescimento no planeta. Além disso, a redução dos juros praticamente elimina ganhos nos fundos bancários, tornando mais atraentes os investimentos em Bolsa (Bovespa ou BMF) e no mercado de derivativos. O recorde da Bovespa caminha por aí. Mas tudo que sobe, um dia cai. (C.N.)

12 de setembro de 2017
Ana Paula RibeiroO Globo

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