"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

FOLHA INDICA QUE TEMER NÃO PRETENDE DEMITIR MINISTROS ENVOLVIDOS NA LAVA JATO




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Charge do Tacho, reproduzida do jornal NH
Mantido o atual ritmo das investigações da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, os ministros do governo citados por delatores da construtora Odebrecht continuarão no cargo no mínimo até 2018, segundo os novos critérios anunciados pelo presidente Michel Temer. Levantamento feito pela Folha em 31 inquéritos no STF derivados da Lava Jato indica que a PGR (Procuradoria Geral da República) tem levado, em média, 14 meses para formular uma denúncia contra o político investigado. Há seis processos com mais de 23 meses sem uma posição da PGR, que tem o domínio da investigação.
A denúncia é a etapa posterior à abertura de inquérito. No atual estágio das investigações a respeito das delações da Odebrecht, não há sequer inquérito aberto. Os depoimentos dos 77 executivos e ex-executivos da empresa foram homologados no final de janeiro pela presidente do STF, Cármen Lúcia, e agora estão sob análise na PGR.
CUNHA FOI EXCEÇÃO – Mas os ministros poderão ter mandatos abreviados ainda em 2017 caso o procurador-geral, Rodrigo Janot, adote o mesmo padrão de celeridade usado para investigar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No principal caso aberto contra o peemedebista, em 2015, Janot gastou apenas cinco meses para denunciar.
Se for mantida idêntica velocidade, os ministros de Temer poderão sair dos cargos, em licença provisória, por volta de julho deste ano.
Porém, caso seja mantida a atual média, os ministros só seriam afastados por volta de junho de 2018, início da campanha eleitoral à Presidência.
APENAS QUATRO RÉUS – Dos 31 casos analisados pela Folha, em apenas cinco o político se tornou réu por decisão do STF: Cunha (duas vezes), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados Nelson Meurer (PP-PR) e Aníbal Gomes (PMDB-CE) – este último teve uma outra denúncia rejeitada.
Desde que as primeiras delações sobre a Lava Jato chegaram ao STF, em agosto de 2014, nenhum político foi condenado na corte.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Muito oportuno o levantamento do jornalista Rubens Valente, um dos destaques da Folha em Brasília. Confirma a informação da Tribuna da Internet mostrando que Temer não tem intenção de se livrar dos ministros envolvidos na Lava Jato, apenas quer ganhar tempo ao anunciar que vai demiti-los quando se tornarem réus. Ora, com o alegado excesso de trabalho devido às delações em massa da Odebrecht, a Procuradoria só fará denúncias (se fizer) depois de 2018. Essa situação até serve de argumento para Janot ser mantido na Procuradoria, conforme é intenção do ilustre e incansável chefe do Ministério Público Federal. (C.N.)

14 de fevereiro de 2017
Rubens Valente
Folha

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