"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

ASSESSOR DE PADILHA ERRA E TRANSFORMA O CASO DO HACKER NUM ESCÂNDALO NACIONAL


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Marcela foi chantageada e o Planalto censurou
A Folha recorreu nesta segunda-feira (dia 13) da decisão do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, que impede o jornal de publicar informações sobre uma tentativa de um hacker de chantagear a primeira-dama, Marcela Temer. A censura ocorreu a pedido do Palácio do Planalto.  Tais Gasparian, advogada da Folha, entrou com um agravo de instrumento destinado ao presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
O recurso diz que a liminar do juiz Hilmar Raposo Filho “consubstancia inaceitável censura”. O jornal “se limitou a reproduzir fatos verídicos e de evidente interesse público, no regular exercício da atividade de imprensa”, segundo a advogada. “A decisão que proíbe sua divulgação importa em censura e contraria os princípios de liberdade de imprensa e informação, assegurados pela Constituição Federal”, diz trecho do recurso.
CRONOLOGIA – O texto sobre a primeira-dama foi publicado no site da Folha às 18h45 na sexta-feira (dia 10). A Folha foi intimada da decisão às 9h05 desta segunda-feira (dia 13). No site do jornal, o texto foi suprimido após a notificação.
O hacker Silvonei de Jesus Souza foi condenado em outubro a 5 anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão e cumpre pena em Tremembé (SP). Souza usa um áudio do celular de Marcela clonado por ele para chantagear a primeira-dama e menciona o nome do presidente Michel Temer. Todo o conteúdo de um celular e contas de e-mail da primeira-dama foram furtados pelo hacker.
A petição foi assinada pelo advogado Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em nome de Marcela.
PRIVACIDADE – O advogado da Casa Civil diz que a ação para impedir a publicação de informações sobre a primeira-dama “serve a evitar prejuízo irreparável à autora, caso tenha sua intimidade exposta indevidamente pelos veículos de comunicação, que mais uma vez estão a confundir informação com violação da privacidade de uma pessoa pública”.
A Folha destaca que a liminar perdeu seu objeto porque a reportagem já foi publicada pelo site na sexta e pela versão impressa de sábado (11).
E afirma que o caso abordado “não trata questão desimportante”. “Não divulga fofoca ou busca atender à curiosidade geral acerca da vida dos poderosos. Os fatos divulgados não dizem respeito à intimidade da agravante, ao contrário do que sustenta a petição inicial, mas se referem a suspeita lançada ao Presidente da República, diz.
SEM RISCO DE DANO – Segundo o recurso, são “equivocadas” as premissas da decisão do juiz de que deve ser “resguardada a intimidade” da primeira-dama e que há “risco de dano grave” na hipótese de divulgação das informações.
“Primeiramente, deve-se ter claro que o episódio do hackeamento e cópia dos arquivos do celular da autora já são de há muito conhecidos, e foram amplamente divulgados pela imprensa durante o ano de 2016. Muitas matérias jornalísticas foram publicadas sobre os fatos, inclusive sobre a prisão do autor do delito, no bojo de ação penal”, diz a defesa da Folha.
O recurso ressalta ainda que as informações foram obtidas pela reportagem a partir de ações penais em andamento. “Que são públicas e de livre acesso, tanto que vêm sendo acompanhadas há meses pelos repórteres”, afirma.
“Tratando-se de assunto público e relativo à Presidência da República, por qual razão não poderiam ter sido divulgadas as informações?”, questiona o jornal.
ATINGIR TEMER – “A informação trazida à tona, e que motivou a publicação, é de que o conteúdo hackeado, segundo consta dos autos da ação penal, poderia potencialmente atingir o presidente da República”, diz o recurso do jornal.
De acordo com o pedido da Folha, a primeira-dama não poderia alegar “direito à intimidade”. “No só porquanto ocupa posição pública de alta relevância que ocupa, como também porque, como já dito, todas as informações divulgadas foram extraídas de processos judiciais dotado de ampla publicidade”, diz.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A gente nem queria entrar nessa polêmica, porque já tinha mostrado a sogra de Temer na balada, um assunto delicado, que teve de ser submetido à alta direção do blog para ser postado. O fato é que essa censura à Folha (e a O Globo) apenas mostra como Temer é mal assessorado. O jovem assessor Gustavo do Vale Rocha, ex-advogado de Cunha e do PMDB, não dá uma dentro, como se dizia antigamente. Primeiro, vacilou no caso da presidência da EBC e botou a culpa no então ministro da AGU, Fábio Medina Osório. Agora, transforma o processo do hacker chantagista num escândalo nacional. Se o assessor de Eliseu Padilha não tivesse movido a ação, o assunto morreria no dia seguinte, porque não tem a menor importância real. (C.N.)

14 de fevereiro de 2017
Deu na Folha

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