"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

OPERAÇÃO EFICIÊNCIA

MPF DENUNCIA SÉRGIO CABRAL POR 184 CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO
EX-GOVERNADOR DO RIO LAVOU DINHEIRO SUJO 184 VEZES, ACUSA MPF

A DENÚNCIA VERSA SOBRE CRIMES DE PERTINÊNCIA A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E DE LAVAGEM DE DINHEIRO COMETIDOS NO BRASIL FOTO: RODRIGO FÉLIX/ ESTADÃO

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) denunciou à 7ª Vara Federal o ex-governador Sérgio Cabral por 184 crimes de lavagem de dinheiro. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da Operação Eficiência, realizada no escopo das investigações da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Além de Cabral, foram denunciados por crimes de lavagem de dinheiro, sua esposa, Adriana Ancelmo, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio Castro de Oliveira, Ary Ferreira da Costa Filho, Thiago de Aragão Gonçalves, Francisco de Assis Neto, Álvaro José Galliez Novis.

Sérgio de Oliveira, Thiago de Aragão, Francisco de Assis e Álvaro Novis também foram denunciados por integrarem a organização criminosa liderada pelo ex-governador. Na denúncia foram narrados ainda fatos criminosos de dois colaboradores, doleiros que faziam parte da organização como operadores financeiros.Os doleiros recebiam dos demais denunciados dinheiro em espécie oriundo dos crimes de corrupção praticados, custodiavam tais recursos em seu escritório e os distribuíam posteriormente para pagamentos de despesas em favor dos membros do grupo criminoso.

Os colaboradores forneceram uma planilha de controle de caixa que aponta que os recursos por eles custodiados foram utilizados para pagamentos de despesas, no período de 1º de agosto de 2014 a 10 de junho de 2015, no valor de R$ 39.757.947,69, uma média de aproximadamente R$ 4 milhões por mês.

As provas reunidas nas Operações Calicute e Eficiência comprovaram que Sérgio Cabral, no comando da organização criminosa, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio de Oliveira, Thiago Aragão, Adriana Ancelmo, Álvaro Novis, Francisco de Assis Neto, Ary Ferreira da Costa Filho e os colaboradores promoveram a lavagem de ativos, no Brasil, por sete principais formas: com o pagamento, no Rio de Janeiro, de despesas pessoais de Sérgio Cabral e seus familiares; com o pagamento, no Rio de Janeiro, de despesas pessoais de Carlos Miranda e seus familiares; com a movimentação de recursos ilícitos, no Rio de Janeiro, para Carlos Bezerra; com a distribuição de recursos ilícitos, no Rio de Janeiro, por Sérgio de Oliveira; com o envio de valores ilícitos, no Rio de Janeiro, para Thiago Aragão; com o envio de valores ilícitos, no Rio de Janeiro, para Francisco de Assis Neto; com a entrega de valores ilícitos, no Rio de Janeiro, por Álvaro Novis aos colaboradores.

Os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa.

A denúncia versa sobre crimes de pertinência a organização criminosa e de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil. Contudo, diante da grandiosidade do esquema criminoso, não esgota todos os crimes de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil, nem tampouco todos os fatos praticados pelo grupo, que poderão ser objeto de novas denúncias. Segundo os procuradores da República Leonardo Cardoso de Freitas, José Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato Silva de Oliveira, Rodrigo Timóteo, Rafael Barretto, Sérgio Pinel, Jessé Ambrósio Junior e Lauro Coelho Júnior, que assinam a denúncia, "o vultuoso volume de recursos obtidos em razão dos crimes praticados pelo grupo criminoso exigia uma forte estrutura destinada à movimentação e lavagem do dinheiro da propina".



14 de feveeiro de 2017
diário do poder

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