O que realmente preocupa no novo presidente é a aposta no nacionalismo e no isolamento. A globalização é um fato da realidade. Reconhecer seus efeitos negativos é diferente de sugerir que seja possível revogá-la. A não ser, claro, que Trump se julgue capaz de desinventar a internet e derrubar as redes que conectam pessoas, empresas e investidores.
CULPA DOS EUA – Ao dizer que a nova ordem mundial empobreceu os EUA, o magnata finge não saber que sua instalação foi liderada pelos americanos. Nenhum deles transferiu fábricas para a Ásia por filantropia, e sim para reduzir salários e aumentar lucros.
Trump explorou o medo do terror para se eleger. Deu certo, e agora ele promete ampliar gastos militares e tratar competidores globais como inimigos. A agressividade é alarmante porque ele passou a comandar o maior arsenal nuclear do planeta.
Como lembrou o mestre Clóvis Rossi, o slogan “America First” parece ecoar o “Deutschland über alles” do nazismo. Eu me arrisco a ir além. Se Roosevelt pensasse como Trump, é possível que a Segunda Guerra tivesse acabado de outra forma.
25 de janeiro de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha
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