"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A EXTINÇÃO DO PETISMO E O PROJETO FUTURO DE UMA ESQUERDA DISSIMULADA

A não ser que ocorra algum fato absolutamente extraordinário e não previsto no cenário político nacional nos próximos meses, podemos afirmar com algum grau de segurança que o petismo como principal projeto político partidário da esquerda brasileira está liquidado. Já havíamos antecipado esse desdobramento aqui no Crítica Nacional ainda em abril do ano passado, como pode ser visto no artigo O Petismo Como Projeto de Poder Está Liquidado, publicado em nosso portal naquele mês.

No entanto, esse desmonte e aniquilação do PT não devem de modo algum ser interpretados como uma derrota definitiva da esquerda. O impeachment e a derrocada do petismo, bem como o ocaso e a decadência de seu líder máximo, devem ser vistos como um acidente de percurso do movimento comunista no país. Um acidente do qual a esquerda vem procurando se recuperar rapidamente, por meio do empenho em encontrar um substituto partidário para o petismo.

E nesse esforço de recuperação, a esquerda não se furtará em abrir mão taticamente de alguns elementos do discurso esquerdista de viés tipicamente petista, e incorporar em seu novo discurso até mesmo alguns elementos do pensamento liberal. Não será a primeira vez na história que o movimento comunista irá lançar mão desse recurso de camuflagem e de dissimulação. Essa velha esquerda, que se apresentará em breve como nova, irá procurar se mostrar à sociedade como sendo uma esquerda moderna e palatável, em oposição a uma suposta “extrema-esquerda” representada pelo moribundo petismo.

A esse propósito, não é casual que certas correntes do movimento de impeachment já se refiram ao petismo como sendo de extrema-esquerda. São as mesmas correntes que, além de se alinharem com a parcela da classe política que debandou do petismo, se ocupam basicamente em atacá-lo com a valentia de quem chuta cachorro morto, ao mesmo tempo em que combatem a direita e os conservadores. Isso mostra que o esforço de recomposição da esquerda nacional passa inclusive pela cooptação de forças políticas que fizeram parte do movimento pelo impeachment.


06 de 2017
crítica nacional

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