"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

SINAL VERMELHO: DÍVIDA PÚBLICA DISPARA E CHEGARÁ A 76,9 % DO PIB EM 2017


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Charge do Cicero (cireroart.blogspot.com)
O Banco Central projetou nesta terça-feira que a dívida bruta brasileira fechará 2017 a 76,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), acima do patamar de 71,0 por cento estimado para 2016. As projeções levam em conta a expectativa de déficit primário de 163,9 bilhões de reais para o setor público consolidado neste ano, e rombo de 143,1 bilhões de reais para o ano que vem, ambos fixados em lei.
As contas do setor público consolidado, que incluem o governo federal, os estados, os municípios e as empresas estatais, registraram em novembro um rombo de R$ 39,1 bilhões, informou o Banco Central. Esse déficit é o maior para meses de novembro dentro da série histórica do BC, que começa em 2001.
No mês passado, o governo federal teve déficit (despesas maiores que receitas) de R$ 39,9 bilhões, mas os governos regionais e as empresas estatais registraram superávit (receitas maiores que despesas) de R$ 421 milhões e R$ 314 milhões respectivamente.
ROMBO EM ALTA – No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o rombo nas contas do setor público consolidado atingiu R$ 85,1 bilhões. Esse déficit primário também é recorde para o período dentro da série histórica do BC, que começa em 2001. No mesmo período de 2015 houve déficit, mas bem menor: R$ 39,5 bilhões.
Já no acumulado de 12 meses até novembro, o déficit primário chega a R$ 156,8 bilhões, o equivalente a 2,50% do Produto Interno Bruto (PIB). Em relação a outubro, houve aumento de 0,30 ponto percentual.
Os valores dos déficits de novembro e dos 11 primeiros meses do ano não incluem os gastos com pagamento de juros da dívida pública.
RECESSÃO – O fraco desempenho das contas públicas se deve à recessão da economia brasileira, que tem reduzido as receitas da União com impostos.
A situação seria pior se não fossem os estados que, de janeiro a novembro, arrecadaram mais do que gastaram. De acordo com o Banco Central, os estados, somados, produziram um superávit de R$ 10,784 bilhões no período. Apenas no mês de novembro, eles arrecadaram R$ 970 milhões a mais do que gastaram.
O governo central, que engloba governo federal, Banco Central e Previdência Social, e as estatais, registaram déficit de R$ 95,225 bilhões e R$ R$ 561 milhões no período.
JUROS E DÉFICIT NOMINAL – Quando se incorporam à conta as despesas com pagamento dos juros da dívida pública, no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional, o rombo nas contas do setor público consolidado em novembro chega a R$ 80,4 bilhões e, nos 11 primeiros meses do ano, a R$ 457,6 bilhões – o equivalente a 7,96% do PIB.
Em 12 meses até novembro deste ano, o resultado negativo somou R$ 581,4 bilhões, o equivalente 9,28% do PIB. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores. Nesta comparação, o patamar do déficit brasileiro é bem mais alto que o de outros países emergentes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A dívida pública é o maior problema do país, mas quem se interessa? A economia continua descendo a ladeira, esta é verdade. Até que ponto cairá, ninguém sabe. Cortar cargos comissionados, eliminar o cartão corporativo, dizer “é proibido gastar”, como fez Tancredo Neves, e fazer auditoria da dívida, como manda a Constituição, nada disso está valendo. E a Casa Civil se preocupa em comprar sorvetes importados para a família e a turma de Temer saborearem no Aerolula. É desalentador. Nosso presidente deveria ser alguém como Mahatma Ghandi, aí o país daria certo. (C.N.)

29 de dezembro de 2016
Deu na Reuters

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